Morre Peter Beard, fotógrafo defensor dos animais selvagens
A causa de proteção dos elefantes ganhou maior sensibilidade por meio do olhar do artista norte-americano. Ele tinha 82 anos
atualizado
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Mais que um fotógrafo, um artista. Assim colegas de profissão definiam o norte-americano Peter Beard. Ele teve a morte confirmada pela família nesse domingo (20/04), após ficar desaparecido desde 31 de março.
Com 82 anos, a personalidade das lentes vivia com a mulher, Nejma, em um complexo luxuoso de chalés em Long Island, em Nova York. O endereço tinha vista para o Oceano Atlântico.
Antes de desaparecer, Peter foi visto pela última vez em um passeio fora de casa. De acordo com o jornal New York Times, o fotógrafo sofria de sérios problemas de saúde, como demência, dificuldade de locomoção e havia tido um AVC.
Buscas
A propriedade de Peter é composta por uma vegetação densamente arborizada, o que dificultou as buscas pela polícia na área de 3,2 km. O lugar tem, ainda, um penhasco para o oceano de 15m de altura.
Depois de 19 dias à procura do fotógrafo, um corpo com as características de Peter foi encontrado no Camp Hero State Park, em NY. Horas depois parentes afirmaram ser o nova-iorquino.
Em comunicado, um porta-voz da família recordou a vida brilhante do norte-americano durante as buscas.
“É mais importante para a família que, neste momento confuso e incerto, Peter seja visto como a pessoa que é [foi] e como sempre viveu: um artista extraordinário, um viajante insaciável, um herói do movimento de conservação, um amante da vida, da África, da aventura, de sua família e amigos”, afirmaram.
Carreira
Embora tenha iniciado a carreira no campo da moda, o artista encontrou-se profissionalmente ao deparar-se com as mazelas de países do continente africano.
De estética particular e enquadramento preciso, Peter deixou um forte legado e registros da luta pela conservação do meio ambiente e, principalmente, de animais selvagens. A causa de proteção dos elefantes ganhou maior sensibilidade por meio do olhar do fotógrafo.
Para denunciar ao mundo a triste realidade do extermínio dos animais selvagens, Peter chegou a morar no Quênia. Ruanda, Uganda e Congo estiveram entre os destinos visitados pelo artista.
Enquanto registrava a situação de perto, o norte-americano fez diários ilustrados. Um deles chegou a ser publicado com os relatos da dinamarquesa Karen Blixen, no livro Den Afrikanske (1970). Na obra, roubou a cena entre os leitores as partes documentais escritas com sangue animal.
Nas expedições, Peter passou por apuros. Em 1996, quase morreu ao ser pisoteado por um elefante. Em busca de desafios, o artista nadou com crocodilos. Entre os famosos, ele era amigo de Andy Wharol e Lou Reed. Além de retratá-los, captou poses de Mick Jagger, Pablo Picasso e Tina Turner.
Ele aplicava às fotos colagens, desenhos e manuscritos. Os detalhes são marca registrada de seu trabalho. A seguir, confira alguns obras de Peter Beard:
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