Hugo Gloss revela segredos dos bastidores da premiação do Oscar
Em entrevista exclusiva ao Metrópoles, o brasiliense contou que já teve de subir em uma caixa para chamar atenção dos astros de Hollywood
atualizado
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De Brasília para a premiação mais cobiçada do mundo. Bruno Rocha, o Hugo Gloss, se prepara para apresentar o Oscar 2020 ao lado da modelo e apresentadora Caroline Ribeiro. Ele acumula selfies com celebridades de Hollywood em premiações como Globo de Ouro, SAG Awards, Prêmio Emmy e Grammy Awards.
Antes de entrar ao vivo na noite deste domingo (09/02/2020), pelo canal TNT, o blogger e influenciador conversou com o Metrópoles para revelar o que só quem está no Teatro Dolby, de Los Angeles, consegue ver.
Quando foi a sua primeira participação na cobertura do Oscar?
Em 2016, pelo GNT. Foi a primeira vez que eles fizeram a transmissão do tapete do Oscar. Eu fiz o link ao vivo com a Lilian Pacce, Astrid Fontenelle e o Bruno Astuto, que ficavam no estúdio.
Você se lembra do sentimento de participar da cerimônia, ao ver tantas estrelas de Hollywood reunidas?
O sentimento é sempre de muita ansiedade e preocupação com o que eu vou entregar. Ver as estrelas é sempre bom. Um susto, na verdade. Nunca estaremos prontos para ver as estrelas de Hollywood, mas quando estou nesses eventos, fico sempre bastante preocupado com o conteúdo que vou entregar. Gosto de ser os olhos das pessoas naquele espaço, acho que tenho essa responsabilidade também.
Como é a preparação para as coberturas?
Eu tento maratonar o máximo de filmes possível, ler artigos, críticas e assistir às entrevistas dos atores e diretores para estar bem informado, mas nunca sabemos o que vai acontecer, quem vai passar. Na verdade, é sempre uma pescaria. Eu troco muita figurinha com a Carol Ribeiro, que é apresentadora junto comigo.
Às vezes, também é impossível assistir a tudo, porque muita coisa não chegou ao Brasil ou não está disponível em streaming. É uma luta para conseguir ver tudo antes sem participar da pirataria. Agora que estou em Los Angeles, vou tentar assistir aos filmes que não vi no cinema. A maioria, eu já assisti. Graças a Deus existe o streaming!
Pela TV, dá para ter uma ideia de que o tapete vermelho é muito concorrido. Vale tudo para chamar atenção das celebridades e conseguir uma entrevista?
Na verdade, o tapete vermelho que vemos na televisão é um pouco diferente do que vivemos ali: muito jornalista espremido, todo mundo tentando uma entrevista a qualquer custo. Muitas vezes, as celebridades mais famosas param para falar só com os grandes veículos ou com os que eles conhecem, que são, na maioria, os dos Estados Unidos.
Várias pessoas saem na gritaria, levam bandeira e fazem de tudo para chamar atenção. É difícil, mas é preciso tentar se destacar para conseguir algo legal. Muita gente vem falar porque gostou da nossa roupa ou porque ficamos ali na raça tentando, aí fica com pena… Vale de tudo mesmo.
Imagino que seja um ambiente cheio de regras. O que não pode de jeito nenhum?
Recebemos uma cartilha antes. Existem vários “don’ts” (nãos), coisas que você não pode fazer. Se você é jornalista, tem que ficar na sua área restrita; é obrigatório estar de black-tie, inclusive os câmeras, produtores, etc. Fora isso, não tem nenhuma outra restrição tão grande.
Algumas celebridades exigem diferentes comportamentos?
Geralmente, existem corredores diferentes dentro do tapete vermelho. Um por onde passam só os convidados, patrocinadores, a seguradora do resultado e convidados em geral. No tapete do meio, passam as pessoas que querem entrar mais rápido. Geralmente, são os indicados às maiores categorias. Perto da imprensa, passam os outros convidados.
Existe uma fila para fazer as fotos. Muitas vezes, dependendo da localização, ficamos pertinho de todo mundo, mas eles não param para dar entrevista porque estão no momento de tirar foto. Porém, dá para fazer conteúdo para rede social e, para mim, é ótimo!
Você já fez selfie com vários atores durante a premiação. Qual foi a mais memorável? Ainda tem alguma que você sonha em conhecer?
Já fiz selfie com muitas celebridades. Acho que a mais memorável foi quando me aproximei da Cate Blanchett e ela foi superfofa e simpática comigo. É uma atriz que admiro muito. Também teve a vez com a Viola Davis, uma das melhores atrizes de todos os tempos. No ano passado, consegui entrevistar a Glenn Close. Foi bem emocionante.
Eu ainda sonho em conhecer, poder conversar e entrevistar a Meryl Streep, uma grande deusa. Quero conhecer todo mundo, o máximo de selfie que eu conseguir tirar, melhor, porque gosto muito de registrar essa minha trajetória inesperada.
Qual celebridade te surpreendeu?
A Cate Blanchett, muito solícita. A Jessica Chastain foi receptiva e elegante. E também a Margot Robbie, que concorre ao prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante.
Esses grandes nomes são surpreendentes porque, às vezes, eles são mais receptivos, agradáveis e solícitos do que pessoas mais novas. Acho isso um fato engraçado.
Como é a rotina pré-Oscar?
Tentar emagrecer é sempre algo que a gente tenta (risos) e também pensar no look, uma parte importante do Oscar.
O Oscar é uma das premiações mais glamourosas do cinema. O que você vai vestir?
Um smoking feito sob medida há mais de três meses pela Maison Alexandrine, da Alexandra Fructuoso e da equipe dela. Acho que vai ficar bem legal. É um look completamente brasileiro, com alguns acessórios de Los Angeles e joias da Carla Amorim e da Andrea Conti.
O que acontece durante o tapete vermelho e a premiação que não vemos de casa?
A gritaria, esses empurrões, aquela disputa. Muitas vezes, temos que disputar porque é um espaço muito pequeno. Fica aquela coisa meio “Calma aí! Espera aí! Sai daqui, você está no meu ângulo!”. Não temos controle sobre isso. No meu primeiro Oscar, subi em uma caixa de madeira e fiquei lá, ao vivo, tentando gritar para as pessoas, tentando falar com alguém. Foi bem no improviso.
Dá para saber de alguma fofoca ou é tudo ensaiado?
Não tem nada ensaiado. A chegada dos atores é normal. Geralmente, os assessores vão antes e perguntam se você quer falar com alguém, no caso de pessoas da produção. Muitas vezes, os produtores executivos querem falar. É meio que uma mistura. O elenco costuma ser mais difícil.
Fofoca mesmo só se você ficar olhando. Eu já vi atores que levam uma bebidinha na bolsa e vão dando golinhos porque é uma premiação em que eles ficam muito tempo sentados. Não é como o Globo de Ouro, que tem comida e bebida na frente deles, é mais difícil, eles têm que sair para ir ao bar.
De onde vocês assistem à premiação?
Dependendo do prêmio, eu assisto dentro do teatro, mas no caso do Oscar, não dá. Acabo a transmissão do tapete e vejo ou no hotel ou em algum bar com o pessoal da equipe. Chegamos ao teatro muito antes e ficamos várias horas em pé. Não é raro eu só querer tirar os sapatos e deitar na cama para assistir.
Você já viveu alguma situação inusitada na premiação?
Várias vezes. Na minha primeira participação, fiquei do lado da equipe da Ellen DeGeneres e acabei aparecendo no programa porque interagi com o repórter dela, que estava dando shots às pessoas.
No ano passado, acabei aparecendo no Jimmy Kimmel porque fiquei ao lado da equipe dele e eles também estavam procurando diferentes jeitos de esconder álcool na roupa. Tinha pulseira, bolsa, sapato com álcool. É bem engraçado. Nessa mesma edição, a Glenn Close estava falando das artistas indicadas junto com ela (ao prêmio de Melhor Atriz) e esqueceu o nome da Olivia Colman. Eu falei “Olivia Colman!” e ela agradeceu.
A transmissão do red carpet do Oscar vai ao ar a partir das 19h (horário de Brasília), no canal TNT.
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