Harmonização corporal: dermatologista explica tendência da estética
Nádia Bavoso explica sobre harmonização corporal, que combina alguns procedimentos estéticos. A médica é mestre pela UFMG
atualizado
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Dentre tantas palavras que compõem o vocabulário da medicina estética, a harmonização ganhou protagonismo nos últimos anos e ficou na ponta da língua de quem gosta de recorrer aos procedimentos de beleza. Algumas celebridades cederam às “arrumadinhas” do método e melhoraram o equilíbrio entre determinadas regiões do rosto. Com o ano de 2021 pela frente, alguns tratamentos prometem virar tendência nos consultórios dos dermatologistas, em especial, a harmonização corporal.
Depois de alinhar e corrigir os ângulos da face, o procedimento atinge novo nível – harmonizar a estrutura física –, levando em conta a saúde e as características de cada paciente. Para dar mais detalhes sobre o tratamento, a coluna Claudia Meireles conversou com a médica Nádia Bavoso, dermatologista na Clínica Eveline Bartels, considerada uma das mais conceituadas de Belo Horizonte. Ela é mestre pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Harmonizar
Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a expert explica que a harmonização corporal é a combinação de algumas intervenções estéticas, que podem ser cirúrgicas ou não. “Quando falamos do método, devemos pensar que cada paciente tem seus desconfortos, os quais precisam sempre ser respeitados, mas também analisados de forma individual, com foco em um resultado natural”, defende Nádia. A respeito dos procedimentos, a especialista bate na tecla que depende de cada paciente.
A médica exemplifica com a seguinte situação: “Duas mulheres que querem reduzir gordura localizada, celulite e combater flacidez certamente terão tratamentos diferenciados, já que cada uma tem suas particularidades. Se o tratamento indicado for o mesmo, pode mudar a intensidade e a quantidade de aplicações, por exemplo. E é justamente isso que torna a harmonização corporal uma tendência, por respeitar cada corpo, objetivo e individualidade”.
Um leque de técnicas integra a harmonização corporal, por exemplo, bioestimuladores, powershape, preenchimento, criolipólise plus, macro e microfocado. De acordo com Nádia, há pacientes que chegam ao consultório com o discurso de querer ter a “barriga igual a de fulana”. Um risco, atesta a dermatologista: “Cada pessoa apresenta composições diferentes, e o resultado de um nunca é 100% igual ao outro”. Ela endossa como a busca para ter o físico idêntico ao de outra pessoa pode causar frustrações.
“Vejo muitas pessoas se arriscarem e decepcionarem. Cabe ao médico dar todas as orientações e seguir as normas éticas, não prometendo resultados no estilo ‘se você fizer isso, vai ficar igual a tal celebridade’”, alerta a dermatologista. Na avaliação da profissional, a procura incessante pelo corpo de famosos é reflexo da padronização da mídia a alguns estereótipos como símbolo de beleza, além dos filtros disponíveis nas redes sociais. Em maior parte, as mulheres tendem a ser “fisgadas” pelo comportamento.
Cuidado!
Nádia esclarece que a harmonização corporal pode “cuidar de várias questões”, desde celulite até lipoescultura. O propósito do paciente define quais métodos serão colocados em prática, variando entre dermatológicos, cirúrgicos ou a soma dos dois. “Só com esse objetivo bem estabelecido, nós mapeamos e indicamos os melhores procedimentos”, salienta. A médica recomenda optar por profissionais especializados e atualizados na área da estética.
“Há pessoas que sofrem com questões sérias de autoestima, impactando na saúde física e mental de forma direta. Por isso, gosto de frisar: é muito importante recorrer a profissionais que ajudem a ressaltar o que o paciente gosta e mexer nos desconfortos de forma saudável, acima de tudo”, reforça Nádia Bavoso, mestre pela UFMG. Em relação à preparação para se submeter às técnicas de estética, a dermatologista afirma que decorre de dois fatores: quais métodos e análise especializada.
Somente um médico saberá dizer com propriedade a respeito da fase pós-procedimento. No caso da harmonização facial, os adeptos continuam, na maioria das vezes, com a rotina normal nos dias seguintes às intervenções. O mesmo ocorre no quesito contraindicação. “Como a harmonização é a soma de métodos, somente uma avaliação cautelosa mostra se o paciente tem restrição a algum tratamento proposto. Nesse caso, o médico pode pensar em alternativas a fim de contornar a situação”, esclarece a expert.
Resultado
Levando em consideração a saúde em primeiro lugar, Nádia defende o posicionamento de que adolescentes não se submetam a tratamentos estéticos invasivos por estarem em formação corporal. De acordo com a profissional, alguns procedimentos para celulite ou gordura localizada podem ser realizados, ao contrário da harmonização corporal: “Eu não indico”. Ela abre exceção a correções cirúrgicas pontuais em casos extremos de desconfortos que impactam a vida pessoal e social do adolescente.
Nos consultórios, os clientes costumam perguntar sobre a duração do resultado. Segundo a dermatologista, a validade é fruto do “combo” método e paciente. “Uma lipoescultura tende a durar para sempre, se o indivíduo manter uma rotina de alimentação saudável e atividade física”, garante. Ao contrário da lipo, tratamentos para celulite geralmente requerem manutenção em pacientes com tendência maior de inflamação no corpo, enfatiza Nádia.
Em algumas circunstâncias, o dermatologista pode prescrever cremes específicos e massagens a serem feitas em casa. Ambos potencializam o resultado das intervenções. O que dita a realização da harmonização corporal em uma única vez ou dividida em sessões é o combo de tratamentos. Na maioria das ocasiões, o paciente precisa visitar o consultório duas ou mais vezes, devido ao organismo necessitar de um tempo para responder alguns estímulos, o que impacta na quantidade de idas às clínicas dermatológicas.
Na avaliação de Nádia, as pessoas têm, a cada ano, procurado resultados mais naturais. E os avanços da medicina estética possibilitam a concretização dos desejos dos pacientes de forma segura. “Os procedimentos avulsos não deixam de ter benefícios. Entretanto, quando o indivíduo deseja uma harmonia do conjunto, apostar em intervenções isoladas não é tão interessante em termos de resultados. Traçar as técnicas com o foco na harmonia dos traços naturais para ajustar os desconfortos acaba sendo muito mais efetivo”, finaliza a especialista.
Sobre a especialista
Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Nádia Bavoso graduou-se na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com mestrado pela mesma instituição de ensino. Atualmente, a especialista faz parte do corpo docente da Universidade José do Rosário Vellano (Unifenas), em Belo Horizonte. A médica atende na Clínica Eveline Bartels, da qual é sócia. O endereço é considerado um dos mais renomados em medicina estética da capital mineira.
“A harmonização corporal deve respeitar os traços naturais de cada pessoa, a fim de que fique realmente harmônico, sem resultar na perda de individualidade”, defende Nádia Bavoso.
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