Faça uma visita à Art Basel on-line com o professor Marco Antônio Vieira
Doutor em teoria e história da arte e curador independente desde 2007, Marco Antônio fez uma seleção de obras para a visita virtual
atualizado
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A Art Basel, uma das mais importantes feiras de arte do mundo, viu-se forçada a cancelar sua edição de 2020, dado o quadro da pandemia do novo vírus. Entretanto, até esta sexta-feira (26/06), é possível visualizar obras bi e tri-dimensionais de 282 galerias de todo o globo. Além do mergulho “voyeurístico” nas obras das viewing rooms, há vídeos nos quais os artistas falam sobre suas poéticas e processos.
A Art Basel ostenta obras de inegável importância histórica, assim como apresenta artistas emergentes ao redor do mundo. A possibilidade de acessar criações de artistas africanos e sul-americanos torna a visita virtual um estimulante passeio pela arte que é feita, hoje, nos mais distintos cantos do planeta.
Seguem cinco obras que nos chamaram a atenção. Esta lista não ambiciona exaustão, afinal são mais de 4.000 obras a serem objeto de nosso olhar.
Da Mendes Wood DM (SP), a bela e pungente pintura do artista brasiliense Antonio Obá, Stranger Fruits, de 2020. Uma reflexão em torno da ancestralidade negra entre nós. O título da obra é uma remissão à emblemática canção Strange Fruit, imortalizada por Billie Holiday (1915-59).
Da Stevenson, da Cidade do Cabo, a instalação Verity, Faith and Justice, obra de 2006 de Jane Alexander em que potentes denúncias de colônias se encenam alegoricamente.
Da Gagosian, megagaleria com unidades espalhadas em cidades como Nova York, Londres e Hong-Kong, a escultura Pensiere di Foglie (2017), de Giuseppe Penone. Um virtuosístico e poético trabalho em bronze.
Da alemã Kow, sediada em Berlim, o vídeo Her (1978-2008), da artista Candice Breitz, um fantasmagórico diálogo de personagens vividas pela atriz norte-americana Meryl Streep em filmes dos quais participou ao longo de três décadas.
Da 47 Canal, galeria de Manhattan, a impressionante pintura 6 a.m., de 2020 de Danielle Dean. A capacidade da artista de propor uma complexa alegoria a partir de uma intrincada abordagem figurativa afirma a potência e resistência da pintura na arte contemporânea.
Da Alexander Gray Associates, de Nova York, a obra I love to sail forbidden seas and land in barbarian coasts, um objeto/escultura de 2019 de Ricardo Brey, a vigorosa presença de um dos temas mais insistentes na arte de nossos dias: a revisitação do passado colonialista das Américas e suas implicações políticas, econômicas e culturais para o desenho do mundo atual.
Colaborou Marco Antonio Vieira, doutor em teoria e história da arte e curador independente desde 2007, tendo assinado a curadoria de exposições com obras de artistas como Rubem Valentim, Athos Bulcão e Vik Muniz, entre outros.
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