Em entrevista, Grazi Massafera fala sobre relação com Cauã: “É ótima”
Às vésperas de estrelar Bom Sucesso, nova novela da Globo, a atriz abre o jogo sobre expectativas, família, trabalho e o ex, Cauã Reymond
atualizado
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Os astros parecem estar ao lado de Grazi Massafera, sobretudo nos últimos dias. O motivo? Nesta segunda-feira (29/07/2019), a atriz passará a ocupar diariamente milhões de telinhas pelo Brasil ao dar vida à personagem Paloma, protagonista da nova novela das 19h da Rede Globo, Bom Sucesso.
A bela é só expectativa para o novo trabalho, no qual assume o papel de uma mulher simples que cuida sozinha de três filhos. Erroneamente, ela é diagnosticada com uma doença letal que lhe dá apenas seis meses de vida.
A coluna entrevistou Grazi, que abriu o coração e falou sobre o passado humilde, a relação com a filha, Sofia, e o ex-marido, Cauã Reymond – e como faz para se manter linda. Confira!
Por que a personagem Paloma te conquistou?
Pela homenagem à minha mãe, que é costureira. Eu tenho memória afetiva do barulho da máquina de costura quando fecho os olhos. São muitas lembranças. Quando eu era pequena, minha mãe trabalhava muito. Isso ajudou a me tornar uma mulher forte e batalhadora.
Cerca de 9% dos lares são chefiados por “mães solo”. Qual a responsabilidade de representá-las na TV?
É uma grande responsabilidade, porque é uma homenagem a todas. Estamos vivendo um momento feminino muito bonito, de personagens interessantes. Então, é especial retratar vidas de mulheres, mesmo que da ficção. Eu me sinto com maturidade para isso. É prazeroso.
E como é fazer essa mãe batalhadora?
Agora eu sou mãe de três, né? É uma grande diferença. Eu sou mãe de uma criança, já a Paloma tem filhos adolescentes. Eu tive a sorte e o prazer de poder conquistar minha independência financeira antes de ser mãe. Isso faz uma grande diferença.
Eu me lembro da minha mãe e do cuidado comigo e com meus irmãos [Alexandre, Alecsandro e Juninho]. Ela se separou do meu pai e ficou numa situação mais complicada. Lembro que jurei para mim mesma que queria ser mãe só quando conseguisse minha independência financeira.
Você está preparada para ser mãe de uma adolescente?
Não. Eu fui adolescente no interior. É diferente de ser adolescente no Rio de Janeiro, onde há muitos atrativos. Então, conto com o auxílio do pai [Cauã Reymond] e muitas conversas com a Sofia. Eu não conseguia mentir para a minha mãe, eu sempre dizia a verdade. Criamos uma relação de amizade e tento ter isso com a Sofia desde cedo.
E o tema da morte? Paloma acreditará estar com uma doença terminal no início da trama.
Se parar para pensar, na verdade estamos falando de vida. Se há uma certeza, é a morte, que está presente na vida de todos. Mas como estamos vivendo nosso dia a dia? Tem hora em que não nos questionamos, achamos que somos imortais. O fato de a Paloma ter uma data para morrer a faz se transformar e viver uma vida mais intensa. É bom para questionar: “Minha vida está do jeito que eu queria?”.
O que você faria se soubesse que só lhe restam seis meses de vida?
Talvez algo parecido com a Paloma. Tentar viver intensamente esses seis meses. Mandaria tudo para as cucuias e viajaria com a minha filha para tudo que é lado. Iria comer, beber, abraçar, beijar e agarrar minha pequena.
Na trama você tem três filhos. Você já pensou em ter mais filhos?
Lógico!
Tem vontade de ter quantos?
Ah, não sei. Deixa eu arrumar o pai, aí decidimos juntos.
Sua personagem tem uma ligação muito forte com a leitura. E você?
Não. Na minha casa, eu pegava um livro para ler e minha mãe dizia: “Você é vagabunda? Vai trabalhar!”. Livro era uma coisa que significava “não ter o que fazer”. Para a maioria dos brasileiros, infelizmente, ainda é assim.
Não julgo minha mãe e minha família, mas havia uma conotação de não estar fazendo nada quando se parava para ler. Hoje, eu leio com a minha filha. Nós nos sentamos juntas e eu leio vários capítulos.
Está fácil ser solteira no Rio?
Eu só trabalho. Não tenho mais tempo. E que bom que é assim, porque preciso administrar isso.
Você prefere uma fase mais solteira ou grudadinha?
Eu gosto de namorar, mas neste ritmo em que estou vivendo, atualmente, é impossível.
Como você cuida do corpo?
Estou tentando dormir melhor, tomo vitaminas e faço ioga, minha nova paixão. Não estou conseguindo fazer tanto quanto queria. Gosto de esportes, de me exercitar, sou do dia, e isso já ajuda muito.
Estou levando dois litros de água todos os dias para o estúdio. E há uma pessoa, meu maquiador – que eu amo –, que me fala a hora de comer, porque às vezes esqueço. Então, estou fazendo essas coisas para ficar bem.
Como você cuida do corpo?
Eu amo malhar e fazer esportes. Gosto e não faço pelo corpo, mas pela saúde mental. É hábito, e hábito a gente conquista.
Desde pequenininha eu era aquela criança que ia ao Sesc e queria fazer tudo o que tinha lá. Sempre gostei disso. Quando estou de férias, eu me divirto. As pessoas ficam com raiva porque eu gosto e adoro comer.
Sofia também é assim?
Não. Ela virou para mim e falou: “Mãe, eu odeio esporte!”. A facada no peito veio de dentro. Acho que é aquele momento em que a criança quer dar uma provocada. Ela é animada que nem eu, é engraçada!
A Ingrid Guimarães, que vive a Silvana em Bom Sucesso, disse que você está treinando com ela.
Sim. Eu comecei a introduzir a Ingrid no muay thai e na ioga. Mas, ali, a gente vai aos pouquinhos. A ioga não tem comparação. Você vai ao limite e sente a evolução do seu próprio corpo. Eu não suportava. Eu brinco e digo que é igual à comida japonesa: come uma vez e acha uma m…, e depois vai gostando porque vai sentindo a diferença.
Eu senti a diferença na minha vida e na minha profissão.
Não sabemos respirar porque esquecemos até como se respira, ainda mais no mundo atual, em que é tudo urgente. Eu acho que essa conexão foi importante e está sendo interessante para mim. Aliás, estou aflita por não conseguir fazer todos os dias.
Você se imagina levando a Sofia para a balada?
Sabe que eu ia “amarradona” com a minha mãe, no interior? Eu iria junto com a Sofia. Só falta ela não querer!
Ela já conhece o interior?
Não a levei ainda. Não consegui. Mas, sempre que posso, vou com ela para uma serra e para lugares que trazem essa referência.
Protagonista de novela, rainha da publicidade – e permanece humilde. Qual o segredo?
É saber que na vida tudo passa e todo mundo morre [risos]. A gente não é nada. Só quero deixar uma história para minha filha se lembrar com orgulho e carinho de mim. De resto…
E teatro, será que a Sofia faria?
Ela brinca disso com as amiguinhas, mas não falou nada sobre amar ou querer fazer. Estou colocando a Sofia em várias coisas, como aulas de piano, que ela faz em casa.
E como é a relação da Sofia com o pai, o Cauã? Vocês se falam?
É ótima! Por que a gente não se falaria? O povo inventa umas coisas…
Isso te incomoda muito?
Não me incomoda, eu só acho que é desnecessário.
Como você administra seu tempo?
Eu vou trabalhar de segunda a sábado, 11 horas por dia. De resto, estou dentro de casa, grudada na minha filha e estudando texto. Eu estou ficando verde. Minha cor bronzeada é de mentira.
Sua personagem, a Paloma, faz uma ligação quando descobre que tem seis meses de vida. Para quem você faria uma ligação?
Eu ia ligar para todo mundo e falar: “Te amo!”, “Sinto muito!” e “Me perdoe!” [risos].
Você se sente pronta e relaxada para viver uma protagonista?
Pronta e relaxada nunca, mas me sinto mais segura.
O que podemos esperar de Bom Sucesso?
Espero que as pessoas gostem, pois estamos fazendo com carinho, gravando desde fevereiro. Está uma loucura, porque tem sequências que a gente nem fechou ainda. Estou gravando de trás para frente, de frente para trás. Na hora que reunir tudo isso, nem sei.
Vou assistir ao primeiro capítulo debaixo da cama, só com um olho de fora. A gente vai falar e questionar a vida. Estamos tendo uma urgência para viver que não condiz com a qualidade de viver. Então, esse é um questionamento bonito para se ter em casa.