metropoles.com

Covid-19: brasilienses contam como conciliar filhos e home office

Patrícia Justino, Raquel Jones, Bruna Slaviero, Gabi Valadão, Valeria Bittar, Stella Sartório e Nathy Abi-Ackel conversaram com a coluna

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Arquivo Pessoal
Nathy Abi-Ackel e Maria
1 de 1 Nathy Abi-Ackel e Maria - Foto: Arquivo Pessoal

A rotina das famílias brasileiras mudou de uma hora para outra. O motivo está na ponta da língua de mães, pais, avós e até das crianças: o coronavírus. Escolas suspenderam as aulas e empresas liberaram o trabalho remoto como forma de evitar a propagação da Covid-19. De segunda a sexta, os lares seguiam uma programação que, em tempos de quarentena, precisou ser adaptada e alinhada com atividades dentro de casa.

Algumas mães brasilienses reservaram um tempinho na agenda e conversaram com a coluna Claudia Meireles. No bate-papo, elas compartilharam os desafios de conciliar o home office com as crianças e o que têm feito para entretê-las durante de confinamento domiciliar. Afinal, atividades antes comuns, como sair para o parquinho da quadra ou para brincar ao ar livre, representa um risco à saúde.

Stella Sartório
Algumas crianças acreditam que a quarentena são como férias. Ficar em casa na companhia dos pais foi encarado pelos pequenos com comemoração. O cenário aconteceu no lar da empresária Stella Sartório. “Mãe, você não precisa sair para trabalhar? Vai passar o dia comigo em casa? Oba”, disse a primogênita, Manuela, 6 anos.

Ao longo dos dias do isolamento, a mamãe corta um dobrado para conseguir estudar e trabalhar. “É um desafio fazê-los entender que necessito de uma parte do dia só para mim”, pondera Stella. Manu e o caçula Rafael, 1 ano e 8 meses, fazem algumas interrupções no intervalo reservado às questões profissionais.

Stella, Manuela, Bruno e Rafael Sartório
Stella, Manuela, Bruno e Rafael Sartório

Ao tornar-se mãe, surgiu em Stella a cobrança de tentar, ao máximo, se fazer presente e participar da rotina dos pequenos. Mas, no período de distanciamento social, ela refletiu a exigência: “Encontrei respostas para vários questionamentos. Precisarei me reorganizar”. Enquanto Manu se diverte com bonecas, Rafa se divide entre um brinquedo e outro. Contudo, o passatempo favorito dos meninos é a competição de corrida de “pocotó”.

Gabi Valadão
“É desafiador para todos. Para quem tem criança, um pouco mais”, argumenta a mãe de Ivo, 11 anos; Sofia, 10; Maria Fernanda, 5; e Enrico, 2. O momento pede que pais e mães se dividam nos afazeres com as crianças, porém, isso não aconteceu na casa de Gabi Valadão e do marido, o médico Fernando Alves.

Para prevenir a família, o profissional optou por sair de casa. Ele atua no combate à doença no Hospital Santa Lúcia e no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Em meio ao turbilhão de sentimentos e acontecimentos, Gabi decidiu, primeiramente, relaxar. “Minha dica às mães é não se cobrar tanto para não surtar. Respire fundo”, aconselha a administradora e estudante de Direito.

Gabi, Enrico, Maria Fernanda, Ivo e Sofia Valadão
Gabi, Enrico, Maria Fernanda, Ivo e Sofia Valadão

A princípio, Gabi acreditava que o isolamento seria rápido. Ao perceber a proporção dos casos, viu a necessidade de implementar uma rotina aos filhos. De manhã, as crianças participam das aulas a distância. Mas, a ocasião exigirá um esforço redobrado da mãezona: “Me divido para estudar com eles”. Cochilo pós-almoço, sessão pipoca, cozinha em família e FitDance Kids integram a programação do lar.

Patrícia Justino
No lar da empresária Patrícia Justino, o maior desafio é manter uma rotina definida com os filhos Matteo, 6 anos, e Enrico, 4: “Como os meninos têm acesso aos pais e a tudo dentro de casa, não entendem que, às vezes, a nossa presença em determinados horários está programada exclusivamente para o trabalho”. Interações e algum pedido passaram a fazer parte do home office da empresária e do marido, o médico Leandro Vaz.

Os pais se dividiram para acompanhar os dois pequenos nas aulas a distância. Mas, quando o horário escolar termina, os irmãos optam por brincadeiras, como bicicleta, jogar bola, experimentos artísticos, jogos de tabuleiros e eletrônicos. “Mediamos o tempo nas plataformas digitais, porque se deixar livre, eles não param”, reforçou a mamãe.

Matteo, Patrícia, Enrico e Leandro Vaz
Patrícia fica de olho no horário dos meninos nos jogos digitais: “Se deixar livre, eles não param”

Para otimizar o tempo, as responsabilidades diárias são anotadas em um quadro, igual ocorre no colégio. “Quando planejamos o dia, tudo fica mais fácil. Organizar uma rotina da família nos ajuda a cumprir as tarefas e a criarmos mais momentos de comunhão entre todos”, recomenda Patrícia.

Bruna Slaviero
“Fazer desta fase difícil um ambiente feliz e saudável”. Assim pensa Bruna Slaviero, mãe de Nina, 5 anos, e Alexa, 3. A empresária espera que as filhas não se lembrem do período como confinamento, e sim da união familiar. Segundo a mãezona, o maior desafio é conseguir executar tarefas como: cozinhar, limpar, trabalhar, estudar e brincar.

Bruna, Alexa e Nina Slaviero
Bruna, Alexa e Nina Slaviero

“É importante não se cobrar muito e desapegar de deixar tudo perfeito. Um dia de cada vez”, ressalta a empresária, que atua profissionalmente no meio on-line. Em seu ponto de vista, a internet a permite e facilita o trabalho em casa. Como as meninas tentam ao máximo aproveitar a companhia da mãe nas atividades, Bruna procurou maneiras de incluí-las de forma lúdica e divertida: “Já lavamos os vidros e os tapetes de atividades, elas amaram”, conta.

Valeria Bittar
Mãe de Paulo Henrique, 11 meses, a advogada vivenciou o home office no período de transição entre o fim da licença-maternidade e a volta integral ao trabalho. Desta vez, o desafio da experiência é a flexibilização dos horários pelo fato de o bebê ficar ativo ao longo do dia. “Se eu não me policiar, brinco com ele um tempão, consequentemente, preciso trabalhar até às 2h”, conta Valeria Bittar.

Valeria e Paulo Henrique Bittar
Valeria e Paulo Henrique Bittar

Ela aproveita, também, as sonecas do filho para caprichar nas tarefas profissionais. Ao longo do dia,  divide as responsabilidades com o marido, o empresário Paulo Renato Roriz. Como todo bebê, Paulo Henrique requer supervisão e cuidados especiais na hora de dormir, da alimentação e das brincadeiras. “O lado bom de tudo isso é estar sempre do lado dele e poder acompanhar o crescimento dele de perto”, diz a advogada.

Raquel Jones
Mãe de Catarina, 6 anos, e Miguel, 4, a proprietária da Capézio tem buscado maneiras de deixar a rotina em casa leve e alegre. Dentre todos os anseios das crianças, o que eles mais desejam é sair para passear, brincar com os amiguinhos e ir à escola. Enquanto estão proibidos, Raquel Jones mergulhou no ambiente digital e encontrou atividades educativas.

Catarina, Raquel e Miguel Jones
Ao refletir sobre a quarentena, a mamãe notou ter se aproximado dos pequenos

“Baixei o Playkids no iPad e imprimi exercícios de matemática e português encontradas na internet, além das disponibilizadas pelo colégio”, revela Raquel. Sensibilizadas com o atual cenário, algumas marcas liberaram gratuitamente seus cursos on-line. É o caso da Faber-Castell. Segundo a empresária, Catarina e Miguel têm “adorado” os conteúdos: “A cada videoaula, fazem um desenho com o que aprenderam”, revela.

Apreensiva quanto ao coronavírus, Raquel vê a quarentena como um período de aprendizado. Ao refletir sobre o momento turbulento, a mamãe notou ter se aproximado dos pequenos e já percebeu resultados no comportamento deles. “Meus filhos passaram a ser mais colaborativos. Me ajudam a guardar os talheres na gaveta e a varrer o jardim. Esses instantes ficarão guardados em meu coração.”

Nathy Abi-Ackel
A design e empresária ativou o modo criatividade com a filha Maria, 2 anos. Encher balões de areia, lavar as panelinhas da minicozinha e pintar cartolina estão entre as brincadeiras prediletas da menina. “Ela adora uma bagunça. Reciclamos muitos objetos para virar brinquedo. Devido à idade dela, atividades que envolvam fazer tem mais sucesso”, revela Nathy Abi-Ackel. Até a espuma do pai Pedro Henrique Valadares virou diversão nas mãos da pequena.

Maria Abi-Ackel
“Maria ama uma bagunça”, declara a mãe

Os momentos do sono de Maria tornaram-se aliados do trabalho de Nathy. Porém, nem sempre a design consegue conciliar os horários: “Há uma frustração quando digo que vou trabalhar. Por eu ficar em casa, ela quer atenção e brincadeiras constantes”. A mãezona trouxe à tona vídeos de yoga infantil. As gravações levam as crianças a imitarem animais.

Nathy tirou a quarentena para focar em questões familiares. “Na correria do dia a dia, prestamos atenção demais nas demandas de fora e, agora, estamos completamente dentro”. Ela acredita que sentirá falta dos instantes lado a lado com a primogênita durante o confinamento. “Espero continuar as mesmas atividades quando voltar ao normal. Nossa família é prioridade, foi uma boa hora de lembrar e viver isso”, conclui.

Para saber mais, siga o perfil da coluna no Instagram.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?