Conheça Vih Bueno, a bailarina sem braços que é uma promessa da dança
Além do balé, Vih é apaixonada por maquiagem. Hoje com 16 anos, a jovem manda ver também no sapateado, jazz e na dança contemporânea
atualizado
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O que é preciso para voar? Asas, força de vontade ou apenas tirar os pés do chão. Quem impressiona ao flutuar no ar em meio a passos de balé é a jovem Vitória Bueno, mais conhecida como Vih. Atualmente com 16 anos, ela nasceu sem os braços, mas a falta dos membros superiores nunca a impediu de fazer movimentos e saltos precisos do estilo de dança. Se a coreografia pede um plié, jeté ou balloné, a bailarina irá encantar ao reproduzi-los com leveza, harmonia e um sorriso no rosto.
A dança nasceu com Vitória, conforme conta em entrevista à coluna Claudia Meireles. Nos primeiros anos da infância, a menina se jogava nos passos meio que de brincadeira. Aos 5 anos, entrou para a Academia Ândrea Falsarella, na cidade de Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, onde mora. Independentemente da pouca idade, não precisou de muito tempo para a paixão da aluna pela modalidade aflorar de vez. Sinônimo de dedicação, a jovem é medalha de ouro pela Royal Academy of Dance, uma das escolas de balé mais conceituadas do mundo.
Vitória avalia o feito como a maior conquista da sua trajetória pessoal e como bailarina. “Foi uma felicidade que não tem explicação! É um método internacional e eu não sabia como iriam me avaliar. A recepção foi surpreendente e calorosa, o que me deixou muito realizada!”, recorda, sobre a sensação de completar os exames da renomada academia. Ela já se apresentou sozinha no palco do Teatro Ítalo Brasileiro, em São Paulo, mas deseja “voar” mais longe.
A bailarina se descreve como uma menina realizada, alegre e sonhadora. Dentre tantas aspirações, ela tem como meta mostrar o que sabe fazer de melhor nos palcos do Festival de Dança de Joinville, em Santa Catarina, e também em eventos internacionais. Outro anseio de Vitória é concluir a formação da Royal Academy of Dance e, em seguida, ingressar em uma faculdade da modalidade. Além de ficar na ponta do pé nos passos de balé, a jovem manda ver no sapateado, jazz, na dança contemporânea, entre outros ritmos.
Boom no Instagram
“Um estouro.” Assim pode-se definir a presença da bailarina nas redes sociais. Em 31 de dezembro, ela colecionava 23 mil seguidores no Instagram. Um mês se passou e Vih multiplicou o número por quase sete vezes. Atualmente, a jovem soma 150 mil admiradores – e contando. Vitória se surpreendeu com o engajamento do público e a quantidade de followers: “Não imaginava que fosse acontecer. O que mais me impressionou foi a velocidade, em tão pouco tempo tantas pessoas me acompanhando pelas redes sociais”.
Vídeos estampam grande parte do perfil de Vih, como de apresentações de balé e desafios de dança. No último, ela brinca com a escolha do look para quando for receber a vacina contra a Covid-19. Ao fundo, a música Bum Bum Tam Tam, do MC Fioti. A canção virou hit da Coronavac. Ao conhecerem a história de Vitória, os seguidores a veem como uma inspiração. Consciente de ter se tornado uma referência, a bailarina busca passar alegria e mostrar que “a dança é para todas as pessoas” por meio de suas postagens.
“Make bapho”
“Amo receber mensagens de pessoas de todo o Brasil e de várias partes do mundo”, revela a bailarina. Nem só de passos de balé, jazz e sapateado é formado o feed do Instagram de Vitória Bueno. Outra paixão da jovem chama-se maquiagem. Expert com os pincéis, ela usa os pés para se produzir. Questionada sobre o tipo de make predileta, a resposta estava na ponta da língua: “a baphônica”. “Se não for assim, nem faço. Adoro fazer delineado gatinho, makes coloridas e realçar o sorriso, meu traço favorito”, diz aos risos.
Fica a dica de Vitória sobre o que não pode faltar em uma produção: “O olho bem marcado”, defende. Antes de criar as “makes bapho”, a bailarina procura referências. Quem a inspira é a influenciadora digital Juliana Luziê. “Amo as maquiagens e challenges dela, que cria um conteúdo muito divertido”, entrega. No Instagram, Vih postou um passo a passo de como realça a própria beleza. Confira abaixo:
Não desista!
Com uma longa carreira pela frente, a jovem de 16 anos está em constante aprendizado, fórmula que a impulsiona a correr atrás e conquistar os sonhos. Ela tem dois objetivos pessoais. Primeiro, dar orgulho para a família de sangue e de dança, já o segundo é poder retribuir o auxílio recebido ao longo da vida. A bailarina considera como segunda casa a Academia Ândrea Falsarella, onde entrou aos 5 anos de idade.
“Na dança, somos uma família bailarinística. A minha escola sempre me apoiou e, por meio dela, concretizei vários sonhos. Na academia, aprendi a trabalhar em equipe, cumprir com as minhas responsabilidades e ter determinação para dar sempre o meu melhor. Outra lição é que muitas vezes precisamos improvisar. Se cair, levanta e segura no carão”, destaca Vitória Bueno aos risos.
De acordo com a jovem, as forças para seguir adiante e não se render às dificuldades “vem primeiramente de Deus e da minha mãe”. Vitória vê a matriarca como exemplo de força e coragem. “Ela encara os obstáculos. Uma guerreira e ícone de determinação!”, elogia. Tendo dentro do lar a maior inspiração de perseverança, a bailarina de 16 anos repassa os ensinamentos aprendidos em casa a quem a procura pedindo conselhos. Dentre tantas súplicas, Vih motiva as pessoas a insistirem e alcançarem os objetivos.
“Meu conselho é: se você tem um sonho, corra atrás dele, porque você pode tudo, menos desistir!”, conclui Vitória Bueno.
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