CNMP lança projeto Respeito e Diversidade para combater o preconceito

Em 10 de dezembro, é celebrado o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Instituída em 1948 em uma assembleia-geral da ONU, a data ganhou reforço em todo o território brasileiro na tarde dessa quinta-feira (10/12) por meio de uma iniciativa do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e do Ministério Público. O órgão sediou a cerimônia de lançamento do projeto Respeito e Diversidade. A ação busca reforçar o compromisso da instituição para com o respeito à dignidade de qualquer pessoa e pelo combate a todas as formas de discriminação.

Presidente do CNMP e procurador-geral da República, Augusto Aras, lançou o projeto que tem por objetivo promover a tolerância e a cultura da paz em todo o país. A convite de Aras, estiveram presentes no evento autoridades e representantes da sociedade civil de culturas, religiões e orientações diferentes. Dentre eles, a diretora do Instituto Justiça de Saia, Gabriela Manssur; o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, João Vicente; e o presidente da Confederação Israelita do Brasil, Cláudio Lottenberg.

Augusto Aras frisou a importância de todos estarem juntos em um mesmo espaço. Em tempos de preconceito por conta da raça, gênero e orientação sexual, reunir diversos segmentos dá uma aula de tolerância à sociedade ao mostrar que dá para viver em harmonia e paz, além de ressaltar os pilares do projeto Respeito e Diversidade. “Prezamos pelos valores que formam o povo brasileiro. A nossa maior riqueza está na nossa capacidade de sermos muitos em um só”, endossou o presidente do CNMP e procurador-geral da República.

Trazendo à tona a proteção das minorias, o projeto vem em um momento em que o número de casos de feminicídio no Brasil cresceu 22% em 2020, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Além disso, em novembro, João Alberto morreu em uma unidade do Carrefour em Porto Alegre. A polícia civil apontou existência de “racismo estrutural“. De acordo com Aras, a campanha iniciou no último dia 10, Dia Internacional dos Direitos Humanos, e não tem data para acabar.

Como forma de ampliar a rede de colaboradores, o procurador-geral viajará a vários estados em 2021: “Pessoalmente, percorrerei as cinco regiões do país para divulgar e buscar novas adesões ao projeto”. Para consolidar o Brasil como pátria da tolerância, a iniciativa do CNMP consiste em um conjunto de ações com intuito de disseminar a cultura do diálogo, respeito à diversidade, pluralismo de ideias, opiniões, raça, credo, aspectos físicos, entre outros.

“Dignidade pressupõe respeito e respeito pressupõe reconhecimento das diferenças. No estado democrático de direito, dizemos discordo, mas eu respeito. Não vivo assim, mas eu te respeito. Sou diferente, mas eu te respeito. Minha fé é outra, mas respeito a tua”, destacou Augusto Aras. Palestras, seminários e capacitações serão oferecidos, além de audiências públicas a fim de replicar as boas práticas que favoreçam a propagação da tolerância à diversidade.

Por meio das ações do CNMP e MP, Augusto Aras e os representantes da sociedade civil almejam implementar, criar hábitos permanentes e promover a integração do Brasil, país plural, cosmopolita e multicultural. Promotora de Justiça, Gabriela Manssur representou na ocasião o Instituto Justiça de Saia, do qual é diretora. Ela vê o projeto como uma vitória e o considera histórico por mobilizar a sociedade civil e aproximá-la do CNMP. Em conversa com a coluna Claudia Meireles, a representante expressou a satisfação em contribuir cada vez com projetos sociais e na consolidação de uma sociedade mais justa e solidária.

Fundado por Gabriela, o Instituto Justiça de Saia agrega mais de cinco mil mulheres. A especialista atua ativamente na luta pelos direitos do público feminino. Na avaliação da promotora, o projeto Respeito e Diversidade dá ainda mais fôlego para lutar pelos direitos das pessoas e, principalmente, das brasileiras.

Confira os cliques da solenidade:

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