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Ansioso além do normal? Terapeuta Daniela Borja responde sobre o transtorno

Especialista em atendimento de mulheres, a terapeuta mostra a importância de se reconhecer com o distúrbio mental e saber que crises passam

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Guilherme Prímola/Metrópoles
Terapeuta Daniela Borja
1 de 1 Terapeuta Daniela Borja - Foto: Guilherme Prímola/Metrópoles

“A ansiedade é a forma que o organismo de algumas pessoas encontra para pedir socorro”, define a terapeuta Daniela Borja. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o Brasil detém o maior número de pacientes com o transtorno mental no mundo. Aproximadamente 9,3% da população sofre com o problema. Com foco no público feminino, a profissional ajuda as mulheres a superarem o distúrbio, recuperarem a autoestima e amadurecerem com qualidade.

Com consultório na QI 19 do Lago Sul, em Brasília, a especialista abriu uma brecha na agenda de atendimentos para conversar com a coluna Claudia Meireles sobre o transtorno mais comum entre mulheres. De acordo com Daniela, elas estão mais suscetíveis por uma série de fatores, o que reflete nas pesquisas. O distúrbio atinge 7,7% da população feminina, contra 3,6% da masculina, segundo levantamento da OMS.

As mulheres apresentam o dobro de vulnerabilidade ao transtorno de ansiedade. Isso têm relação com a sobrecarga de tarefas (casa, filhos, matrimônio e trabalho), questões hormonais e mercado de trabalho, sustenta a terapeuta: “São algumas das causas para justificar a maior incidência entre as mulheres, conforme apontaram diversos estudos”. Uma das perguntas que Daniela costuma ouvir é sobre quais são os sinais que definem que uma pessoa é ansiosa além do normal e precisa de ajuda terapêutica.

“A ansiedade demanda uma atenção especial a partir do momento que começa a te incomodar e restringir sua liberdade, quando você vira refém dela”, direciona. A especialista exemplifica com o caso de parar de dirigir por ter crises ao conduzir um automóvel. Ao contrário de “fugir” da atividade, o certo deveria ser buscar um profissional capacitado. O mesmo ocorre com o medo de andar de avião. “A pessoa deixa de tratar e ‘resolve’ a questão não viajando”, verifica.

Daniela Borja
A especialista tem um consultório no Lago Sul. Daniela voltou a expertise ao público feminino
Eu e a ansiedade

Como terapeuta, Daniela sempre bate na tecla, e aproveita o espaço na coluna para dizer aos ansiosos: “Quanto mais ‘esconder’ a condição das pessoas próximas, mais dolorosa torna-se a situação”. A profissional esforça-se em mostrar, aos pacientes e seguidores que a acompanham no Instagram, o quão libertador é assumir viver momentos turbulentos em razão do distúrbio, com horas boas e ruins.

“Para o paciente, tende a ser muito angustiante falar, porque a ansiedade não é palpável e, portanto, é difícil de explicar. Um jeito de ajudar é, em primeiro lugar, acreditar que a pessoa não está bem em razão da ansiedade. Escute-a e não julgue. Não a peça para ter calma, não se trata disso. O melhor a fazer está em acolher e respeitar”, orienta a terapeuta sobre como familiares e amigos devem proceder diante da crise de alguém próximo. Vale frisar: as crianças sofrem mais devido a terem grande dificuldade em explicar o que está sentindo ou passando.

A ansiedade é um sintoma e não a causa de um problema, esclarece Daniela. O transtorno mental pode estar associado a um acontecimento traumático do passado ou do presente, perda de um ente querido, separação dolorosa, acidente de carro e trabalho desagradável. Por isso, a terapeuta aconselha ficar vigilante de si próprio e buscar prazer nas atividades a serem realizadas ou relações de convivência. Ela prescreve como exercício diário: “Olhe para o que te faz bem e priorize isso na sua vida”.

Ansiedade
Segundo a terapeuta, o ansioso precisar fixar na mente o seguinte questionamento: “Qual pode ser a minha participação no processo de melhora?”

Quando o distúrbio chega a um nível acentuado, os sintomas físicos mais frequentes são: dores de cabeça, sudorese, extremidades frias, formigamento, desmaios, diarreia e taquicardia. Como em qualquer doença, quanto mais cedo o paciente requisitar o auxílio de um especialista maiores serão as chances de  o tratamento ser eficiente. De acordo com a profissional, pode piorar o quadro não admitir a existência de um problema de saúde que necessite de atendimento especializado.

As expressões “depois eu vejo” e “apenas estou muito cansada” são comuns entre quem opta por não avaliar o transtorno com um profissional qualificado. A decisão de adiar o diagnóstico e, consequentemente, o tratamento atrapalha a si mesmo. Segundo a terapeuta, o ansioso precisar fixar na mente o seguinte questionamento: “Qual pode ser a minha participação no processo de melhora?”.

Daniela elaborou um roteiro com o que deve acontecer após se reconhecer com o distúrbio mental:

1 – Admitir que está doente;
2 – Pedir ajudar;
3 – Fazer terapia;
4 – Praticar atividade física;
5 – Alimentar-se de forma saudável;
6 – Dormir bem;
7 – Em casos avançados, procurar ajuda de um médico psiquiatra.

“Vai passar”

Ao ser questionada a respeito de as pessoas nascerem ou não com o distúrbio mental, Daniela Borja expõe sua opinião ao definir o transtorno como uma maneira de o corpo pedir socorro diante de como absorveu e absorve fatos da vida. “Alguns indivíduos têm ansiedade, outros, enxaqueca, choram, descontam na comida ou travam o pescoço ou a lombar”, reitera.

Diante de uma crise, Daniela orienta os pacientes a correrem para uma esteira, caso tenham acesso. “Caminhar e correr podem, de modo eficaz, controlar os sintomas ocasionados pela ansiedade. Esse ‘fenômeno’ tem relação com a endorfina, serotonina e outros hormônios produzidos na prática de exercício”, afirma. Todo tipo de atividade física é sempre bem-vinda, sendo que a de grande impacto gera maior descarga das substâncias na corrente sanguínea, no entanto, necessita do acompanhamento de um personal.

Além do momento esportivo, a terapeuta ensina aos ansiosos a não apresentarem resistência à crise. Ela instrui permitir-se vivenciar o ciclo com respiração consciente e trabalhando a mente: “Você não vai morrer em razão de ansiedade, é uma crise e vai passar”. Formada em psicanálise, Daniela trabalha, também, de forma complementar, com o uso de terapias integrativas.

Ansiedade
Daniela instrui os pacientes a trabalharem a mente e a respiração durante uma crise

A profissional oferece aos pacientes os benefícios da psicoaromaterapia (óleos essenciais), florais de Bach, cromoterapia, constelação familiar e thetahealing, técnica de cura energética que possibilita identificar e transformar traumas, crenças e padrões limitantes presentes no subconsciente. “Os meios complementares me ajudam de modo imediato a melhorar a qualidade do sono do paciente, minimizar os sintomas físicos da ansiedade e trazer ânimo a ele para lidar com a rotina, por vezes, estressante”, adverte Daniela.

Sobre a especialista

Antes de tornar-se terapeuta, Daniela passeou por outras áreas. Ela tem graduação em direito e comunicação social, mas foi como gestora de pessoas que encontrou a verdadeira vocação. “Passava grande parte do meu tempo acolhendo e ouvindo questões referentes à vida pessoal dos colaboradores. Lá, entendi ser possível ajudar ainda mais ao me qualificar com a formação de psicanalista”, recorda. Na ocasião, ela entregou-se aos estudos exigidos.

Criada por Sigmund Freud, a psicanálise é um método terapêutico que consiste, fundamentalmente, na interpretação dos conteúdos inconscientes de palavras, ações e produções imaginárias de um indivíduo. A observação fica sob responsabilidade de um profissional. Diante do quadro, o especialista escolhe os recursos apropriados a fim de amparar o paciente. No caso, entram as terapias complementares. Com cursos pelo Instituto RS, ela tem o domínio em aromaterapia e florais de Bach, além de outras técnicas.

Daniela Borja
A terapeuta Daniela Borja compartilha informações sobre o tema em posts e lives no Instagram

“Como terapeuta, sinto-me grata em receber uma pessoa fragilizada e apoiá-la na sua trajetória de restabelecimento, fornecendo ferramentas para esse processo acontecer. Acolhimento é tudo e, sem acolher, não consigo ajudar meu paciente de modo que ele possa ‘dar conta’, elaborar as suas dores e seguir em frente”, revela Daniela Borja. Ela acrescenta à fala: “Acredite, fazer terapia será sempre uma boa prática na vida de uma pessoa”.

A quem se sente afetado pelas circunstâncias da pandemia, Daniela recomenda recorrer a um profissional a fim de ter auxílio no processo de superação necessária. A terapeuta atende na QI 19 do Lago Sul. Mais informações e agendamento de consulta pelo WhatsApp (61) 9 8145 6900. A expert possui um site e perfil no Instagram, rede social em que aborda, de um jeito descontraído, o tema ansiedade e outros transtornos mentais. No vídeo abaixo, a especialista explica o que é terapia e como trabalhar a alma e o coração a partir do método:

Para saber mais, siga o perfil da coluna no Instagram.

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