Sem tradutor, Bolsonaro não entende árabe e ri: “Era coisa boa”
Problema técnico impediu presidente de acompanhar discursos na língua local, durante conferência de negócios, ocorrida em Abu Dhabi
atualizado
Compartilhar notícia
Enviado especial a Abu Dhabi – Um problema técnico impediu que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) conseguisse acompanhar integralmente um evento de promoção de investimentos no Brasil, do qual foi estrela na manhã deste domingo (27/10/2019), em um hotel de Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos.
Sentado entre duas autoridades do país anfitrião (foto em destaque), o chefe do Executivo brasileiro teve dificuldades técnicas com seu fone de tradução, fornecido pela organização do Seminário Empresarial Brasil-EAU, e não conseguiu entender a maior parte do discurso do ministro de Estado emiradense, Ahmed Al Sayegh, que durou cerca de 10 minutos.
Após tentar resolver o impasse por alguns instantes com a ajuda do chanceler Ernesto Araújo, que estava a uma cadeira de distância, Bolsonaro riu da situação. Em entrevista após o seminário, brincou com o ocorrido:
“Minha fisionomia é sempre de alegria, de felicidade. Não estava entendendo o que se falava, pois tinha um problema com o tradutor, então, pedi ajuda, obviamente”, resumiu. “Mas a minha fisionomia demonstrava satisfação, porque eu sabia, mesmo sem saber o que estava sendo falado, que era boa coisa a respeito do Brasil”, completou.
Lost in translation
Bolsonaro não foi a última vítima dos discursos em língua estrangeira. A organização do evento, à cargo de uma associação de empresários locais e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), parece ter sido traída pelo sucesso do seminário, pois não havia tradutores suficientes para as cerca de 500 pessoas presentes, sendo pelo menos 100 empresários brasileiros.
A imprensa brasileira, por exemplo, não pode confirmar se o ministro emiradense falou mesmo “coisa boa a respeito do Brasil”, pois não foi contemplada com os aparelhos.
Na hora de Bolsonaro discursar, aliás, empresários árabes foram até a mesa de imprensa tentar conseguir tradutores, já que os jornalistas brasileiros não precisariam deles para entender o presidente.
Em sua fala, Bolsonaro se disse “um homem de coração aberto, estendendo a mão aos senhores, pedindo que confiem em nosso país” e convidou os árabes a investir no Brasil em negócios como o megaleilão do pré-sal, previsto para novembro.