Cineastas demonstram apreensão com mudanças do governo na Ancine
Bolsonaro mudou direção da Agência Nacional do Cinema do Rio de Janeiro para Brasília e trocou Conselho Superior de Cinema de ministério
atualizado
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Um dia após o governo Bolsonaro anunciar mudanças na Ancine (Agência Nacional do Cinema) e no Conselho Superior de Cinema, responsável pela política audiovisual, cineastas demonstram apreensão quanto ao futuro próximo do setor.
Produtores e diretores procurados pela reportagem preferiram não se identificar, mas se mostraram preocupados com as medidas. Quem tem projeto com financiamento público, por exemplo, teme perseguição.
Mudanças
Na quinta (18/07/2019), Bolsonaro alegou “ativismo” na produção audiovisual e citou como exemplo o filme Bruna Surfistinha (2011). “Eu não posso admitir que com o dinheiro público se faça um filme como Bruna Surfistinha. Não temos problema com essa opção ou aquela. O ativismo que não podemos permitir, em respeito com as famílias”, disse.
Corroteirista do filme, Antônia Pellegrino rebateu as críticas. “O que você não deveria admitir é 13 milhões de desempregados, universidades sucateadas e ter laranjas na sua família. Cegueira e ignorância levam à censura. Melhore”, escreveu, no Twitter.
Osmar Terra, ministro da Cidadania, anunciou ontem mudança da direção da Ancine para Brasília. Funcionários seguirão trabalhando no Rio de Janeiro. Já o Conselho Superior de Cinema saiu da Cidadania para ser abrigado na Casa Civil. O governo objetiva aumentar a influência do Palácio do Planalto sobre o órgão.