metropoles.com

Bancada do DF: divisão de fundo constitucional ameaça servidores

Os R$ 15,7 bi do Fundo Constitucional do DF arcam com gastos de Educação, Saúde e Segurança Pública do DF. Rio de Janeiro quer R$ 7,8 bi

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Ricardo Botelho/Especial para o Metrópoles
CCJ da Câmara dos Deputados
1 de 1 CCJ da Câmara dos Deputados - Foto: Ricardo Botelho/Especial para o Metrópoles

As bancadas do Distrito Federal e do Rio de Janeiro travam uma verdadeira batalha legislativa pelos R$ 15,7 bilhões do Fundo Constitucional da capital federal. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 148/2019, que trata do Fundo Constitucional do DF, de autoria da deputada Clarissa Garotinho (Pros-RJ), determina que os recursos que arcam com o pagamento de servidores locais da atual capital federal sejam igualmente divididos com a antiga. 

O Fundo Constitucional para 2020 é de R$ 15,7 bilhões, segundo o projeto de lei orçamentária para 2020. Do total, R$ 6,3 bilhões serão destinados para pagamento de policiais militares, civis e bombeiros, além de R$ 1,6 bi para custeio da segurança pública local e R$ 225,7 milhões para investimento na área.

Na Saúde, o governo do Distrito Federal (GDF) utilizará R$ 3,9 bi para pagamento de médicos, enfermeiros, técnicos e R$ 200 milhões para custeio. Para a Educação, restaram R$ 3 bilhões para pagamento de professores e R$ 335 milhões para manutenção do serviço.

No texto, a deputada afirma que, quando Brasília foi criada, o Rio “foi abandonado à própria sorte, sem qualquer perspectiva de futuro”. De acordo com a proposta, em 10 anos, a verba seria dividida igualmente entre as duas unidades federativas e, após esse período, ambos os fundos seriam extintos e os recursos seriam distribuídos para outros estados, “em outras regiões mais pobres do país”.

Atualmente, o projeto tramita na Comissão de Constituição e Justiça da Casa e tem relatoria de Fávio Trad (PSD-MS). O objetivo da bancada do DF é deixar a matéria caducar no colegiado, sem nem sequer ser discutida. Deputados estão em uma força-tarefa com aliados para tentar derrubar a proposta.

Escolha institucional
Na semana passada, os parlamentares se reuniram com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tem sido pressionado pelos dois lados, uma vez que também compõe a bancada carioca. Entretanto, congressistas distritais relataram ao Metrópoles que Maia foi muito “aberto” e afirmou que se reuniria com Trad para discutir melhor a proposta.

O professor Israel (PV-DF) acredita que o deputado fluminense tomará uma decisão “institucional”, porque “um estado não pode buscar aumentar a capacidade financeira por meio de outra unidade federativa”.

“O estado de calamidade no qual se encontra o Rio de Janeiro se deu devido à má gestão. Essa é a principal causa dos cofres locais estarem quebrados. E a família Garotinho tem participação nisso”, destaca Israel.

A autora da matéria é filha do ex-governador do estado Anthony Garotinho. Ele foi preso no início deste mês e solto no dia seguinte, por determinação do Tribunal de Justiça do RJ. 

Pauta da CCJ
Ao Metrópoles, o presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), disse que ainda não avaliou o projeto e que não pretende pautá-lo nas próximas semanas. Ele reconheceu que o tema é polêmico e disse que ainda vai conversar com as bancadas e com o relator para saber como tratar o tema no colegiado.

Trad, que é apontado pelos distritais como indicação de Garotinho para o posto, negou relação com a autora do texto e que vai “atender apenas os pressupostos constitucionais”. “Ainda nem vi o projeto direito. Se atender aos pressupostos constitucionais, vou emitir um parecer favorável, se não, será no sentido contrário. O relatório vai ser jurídico”, justificou.

“A briga é entre Rio de Janeiro e Distrito Federal, e como eu sou do Mato Grosso do Sul, estou tranquilo”, complementou à reportagem. O relator afirmou ainda que não descarta a convocação de audiências públicas e que vai conversar com as duas bancadas nos próximos dias.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?