Seja impecável com as suas palavras. Usá-las bem pode construir sonhos
As palavras pode resultar na construção e na destruição de sonhos e pesadelos. Saber escolhe-las corretamente é um desafio
atualizado
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Ser impecável com as palavras é meu grande desafio há algum tempo, pois sei que o mau uso delas pode construir ou destruir sonhos e pesadelos.
Palavra é magia. O mundo foi criado por meio dela. É um dom que vem diretamente de Deus. O livro de João, da Bíblia, diz que, no início, havia o verbo e que o verbo era Deus. Usamos a palavra para expressar nosso poder criativo e para manifestar nossas intenções. A palavra é força e é com ela que criamos a nossa realidade. Assim como os pensamentos, ela tem muito poder e é um dos mais potentes transmissores de energia.
Etimologicamente, pecar significa sair da trilha, errar o alvo, tropeçar, se enganar. Se pecarmos com as palavras, estaremos nos desviando da nossa rota original e verdadeira, do que viemos, de fato, fazer aqui, de cumprir da melhor forma essa experiência que deveria ser de luz e amor.
E, por isso, temos de saber o poder que ela tem, pois além de afetar o nosso campo energético, pode afetar o campo das outras pessoas. Daí a importância da conscientização da influência dela, seja para o bem ou para o mal, pois há uma responsabilidade na palavra pronunciada.
Um exemplo que Don Miguel Ruiz usa em seu livro Os Quatro Compromissos é o de uma criança, de 4 anos, inocente, feliz, descobrindo seus dons e talentos, que começa a cantar alto e sem parar, e sua mãe, que trabalhou o dia todo e está cansada, se irrita e, sem querer realmente dizer o que disse, grita para sua filha calar a boca, pois a sua voz a irritava.
Bastaram essas palavras para a criança acreditar que realmente sua voz era feia e nunca mais querer cantar. Criou bloqueios, crenças limitantes e uma marca no inconsciente.
Outro exemplo, são as fofocas. Quantas vezes você senta em uma rodinha e o único assunto são outras pessoas? O que fulano fez, onde a fulana está, porque isso ou aquilo. Eu fiz um compromisso comigo mesma de não falar mais de ninguém e, quando vir algo que eu não concorde ou ache engraçado, não tirar print e enviar para grupos de WhatsApp. É libertador não dar conta da vida dos outros e respeitar o modo de vida das pessoas, aceitando que todos estamos no mesmo barco. Quem somos nós para julgarmos quem quer que seja?
A fofoca vai contra o bom uso da palavra, trazendo sofrimento, ilusão, separação, além de baixar a nossa frequência vibracional. Ela é guiada pelo ego e, na maioria das vezes, serve para compensar um sentimento sobre nós mesmos, cujas raízes vêm do medo e de crenças limitantes.
Também não devemos temer o silêncio. As pessoas banalizam o ato de falar, deixando esvair a energia de modo a ficar falando coisas sem significado e importância, onde o “jogar conversa fora” vira uma fofoca, cuja veracidade da informação não podemos comprovar ou, pior, será uma informação que não vai acrescentar nada na vida de ninguém e, com ela, ainda podemos influenciar a opinião do outro, gerando um envenenamento mental.
As pessoas que mais admiro hoje em dia são impecáveis com suas palavras. De modo zeloso, falam delicadamente e mostram a sua verdade sem ofender. Às vezes, quando é necessário fazer uma crítica construtiva, fazem de maneira mais inteligente e discreto, se fazendo entender por completo, às vezes nas entrelinhas, sem machucar e envenenar a si ou ao outro. As palavras são impecavelmente escolhidas e isso traz carinho, conforto e admiração para o ouvinte.
Nessa trilha do autoconhecimento e da evolução, sinto que estou apenas começando. E trabalhar a si mesmo pode não ser fácil, mas cada avanço é muito satisfatório, pois traz consigo uma palhinha do que é, de fato, a liberdade, a paz e a felicidade. E quando fazemos esse compromisso de refinar nosso discurso externo, percebemos com clareza o quanto frequentemente estamos reclamando, julgando, criticando e analisando, sendo que na verdade não existe certo e errado. Somos nós que fazemos um juízo de valor baseado em nossas crenças, o que não quer dizer nada.
Minha sugestão para hoje é que comecemos a prestar atenção no que expressamos por meio da palavra, que possamos escolher sempre as melhores, com zelo e carinho por nós e pelo próximo. Que possamos nos expressar com clareza e integridade, dizendo apenas o que se pretende dizer, e da melhor maneira. Sugiro, humildemente, que possamos deixar de julgar e criticar os outros, que são nada menos que o nosso próprio espelho.
Quando sentir que entrou na rodinha da fofoca, fique calado ou discretamente se levante e vá até o grupo das pessoas que falam sobre ideias e coisas que possam agregar valor à sua vida. Que saiam somente coisas boas de todos nós e que a vibração se mantenha sempre elevada.