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Cientistas extraem núcleo de gelo de 1,2 milhão de anos na Antártida

A perfuração, realizada ao longo de quatro verões em temperaturas médias de -35°C, contou com a participação de 16 cientistas e técnicos

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Scoto©PNRA/IPEV – Reprodução BeyondEPICA
Imagem de gelo de 1,2 milhão de anos na Antártida. Metrópoles
1 de 1 Imagem de gelo de 1,2 milhão de anos na Antártida. Metrópoles - Foto: Scoto©PNRA/IPEV – Reprodução BeyondEPICA

Uma equipe internacional de cientistas atingiu um marco histórico ao perfurar quase 2,8 quilômetros no gelo da Antártida, chegando a uma camada de gelo com pelo menos 1,2 milhão de anos. O anúncio foi feito na última quinta-feira (9/1) e é considerado um avanço importante para entender o passado climático do planeta.

A iniciativa faz parte do projeto Beyond EPICA, financiado pela União Europeia com a colaboração de diversos países. O objetivo é entender como a atmosfera e o clima da Terra evoluíram ao longo das Eras do Gelo. A equipe também espera obter respostas sobre como o carbono atmosférico influenciou o processo.

“Graças ao núcleo de gelo, entenderemos o que mudou em termos de gases de efeito estufa, produtos químicos e poeiras na atmosfera”, afirmou o glaciologista italiano e coordenador do projeto, Carlo Barbante, à agência The Associated Press. Barbante é também diretor do Polar Science Institute no Conselho Nacional de Pesquisa da Itália.

Quatro anos de perfurações em temperaturas extremas

A perfuração, realizada ao longo de quatro verões em temperaturas médias de -35°C, contou com a participação de 16 cientistas e técnicos. No início de janeiro, a equipe atingiu o leito rochoso em um local chamado Little Dome C, próximo à estação de pesquisa Concordia.

“Foi um grande momento para nós quando chegamos ao leito rochoso”, comemorou o pesquisador italiano Federico Scoto, um dos glaciologistas envolvidos na missão. Segundo ele, a análise de isótopos confirmou a idade do gelo como sendo de pelo menos 1,2 milhão de anos.

O que o gelo já revelou sobre o clima

Estudos anteriores do projeto EPICA já haviam mostrado que as concentrações de gases de efeito estufa, como dióxido de carbono e metano, nunca ultrapassaram os níveis registrados desde o início da Revolução Industrial, mesmo nos períodos mais quentes.

“Hoje estamos vendo níveis de dióxido de carbono 50% acima dos níveis mais altos que tivemos nos últimos 800 mil anos”, destacou Barbante.

Além de revelar detalhes sobre a atmosfera do passado, os cientistas acreditam que o núcleo de gelo pode trazer novos dados sobre as mudanças climáticas causadas por atividades humanas e até informações sobre eventos da história da Terra que vão além do registro de gelo.

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