Zambelli: maioria só fica no PSL se Bolsonaro presidir o partido
Deputada calcula haver de 30 a 35 bolsonaristas “convictos” entre os 53 parlamentares da legenda na Câmara
atualizado
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Deputados bolsonaristas condicionam a permanência no PSL à ida do presidente Jair Bolsonaro para a executiva do partido em substituição a Luciano Bivar, segundo informou a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) nesta terça-feira (15/10/2019), ao sair de uma solenidade no Palácio do Planalto. O grupo com esse posicionamento teria de 30 a 35 colegas.
Outra possibilidade admitida, de acordo com Zambelli, é a de que Bivar seja substituído por alguém indicado pelo chefe do Executivo.
“O partido só é hoje o que é porque o Bolsonaro foi eleito. Então, na onda do Bolsonaro nós elegemos 50 e poucos deputados. O presidente Bivar deveria deixar a presidência, deveria ser composta uma nova executiva. Como a maioria dos deputados, entre 30 e 35 deputados, concorda em apoiar o presidente Bolsonaro, então a executiva ia para o presidente Bolsonaro”, afirmou a deputada, após um evento no Palácio do Planalto.
O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, manteve o posicionamento de que Bolsonaro ainda analisa a possibilidade de deixar o partido, mas nenhum comentário a respeito das condições criadas pela ala bolsonarista foi feito. “Por óbvio, a opinião da deputada é a opinião da deputada e do grupo pelo qual ela está agindo como porta-voz”, disse.
Para Carla Zambelli, a operação da Polícia Federal que teve como alvo Luciano Bivar confirma a tese de que falta transparência no PSL.
“A gente tem dito desde o começo que problema não é pessoal com o presidente Bivar e sim com a falta de transparência na prestação de contas do uso do dinheiro público e nas decisões do partido enquanto executiva, porque o presidente Bivar colocou 101 pessoas na diretoria do partido. Pessoas dele, nomeadas por ele. Então existe uma tentativa de perpetuação no poder”, disse.