PCdoB apoia concessão de base para os EUA e irrita esquerda
Partido, do qual faz parte o governador do Maranhão, Flávio Dino, é favorável a acordo para que americanos usem base de Alcântara
atualizado
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Não surpreendentemente, parlamentares de partidos de esquerda se revezam nas tribunas da Câmara e do Senado para denunciar o que chamam de “entrega da base de Alcântara ao imperialismo norte-americano”. As críticas vêm desde que o governo de Jair Bolsonaro anunciou um acordo com os Estados Unidos para a utilização da instalação de lançamento de foguetes. Os integrantes de um partido esquerdista em especial, porém, não dançam conforme essa música: O PCdoB, sigla do governador Flávio Dino, do Maranhão, está ao lado do governo nessa luta.
O interesse dos comunistas nesse assunto são os dólares americanos que podem ser despejados no Estado se o acordo for confirmado. O PCdoB já votou com o governo na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, que é presidida pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e fez discursos à favor da aprovação do projeto que começou a ser discutido no plenário da Casa na última quarta-feira (16/10/2019).
Nos cálculos do deputado Gastão Vieira (Pros-MA), o Brasil poderia ter recebido R$ 4 bilhões pelo período que ficou sem lançar foguetes desde que o Congresso deixou de aprovar o acordo anterior com os Estados Unidos, assinado em 2000.
“Voto favorável à aprovação por se tratar de medida indispensável ao nosso país para utilização comercial do Centro de Lançamento de Alcântara, em nosso Maranhão”, afirmou o deputado federal Márcio Jerry (MA), vice-líder do partido na Câmara. “O acordo não trata de soberania nacional, nem pra feri-la nem pra protegê-la. É acordo comercial que pode impulsionar o programa aeroespacial brasileiro”, disse.
“Esta não é uma questão de soberania, é uma questão de proteção de tecnologia. Temos o compromisso com a soberania nacional inquestionável. Pode haver algum partido, algum ator político que defenda a soberania tanto quanto nós, mas não há quem defenda a soberania mais do que nós. Quem resguarda a soberania é o Governo Federal e o Congresso Nacional. Manteremos a defesa que sempre fizemos das comunidades quilombolas”, assegurou o comunista maranhense.
O discurso, porém, não convence outros partidos de esquerda, como PT e Psol, que se posicionam contra a confirmação do acordo com os americanos. Partidos ainda mais à esquerda, como o PSTU, chamam o comportamento do PCdoB de “vergonha” e “absurdo“.
Iniciado nesta quarta, o debate sobre o projeto foi adiado para a próxima terça-feira (22/10/2019) a pedido de líderes partidários.