“Ministro tem de calçar as sandálias da humildade”, diz Major Olímpio
Líder do PSL no Senado admite queixas dos senadores ao tratamento que o Governo Federal tem dado a eles na tramitação da Previdência
atualizado
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Embora o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), critique a pressão de alguns senadores sobre a edição de uma medida provisória por parte do Palácio do Planalto que regule a forma de encaminhamento dos recursos do pré-sal e os demais itens do pacto federativo, ele reconhece que o pleito dos seus pares é legítimo. Porém, acha que o momento é inoportuno porque atrasa a votação da Proposta de Emenda à Constituição da Previdência. “Eu e mais 34 senadores assinamos um documento dirigido ao presidente onde nos recusamos a receber qualquer emenda extraordinária”, afirma.
Sem citar nomes, Olímpio manda um recado aos ministros do presidente Jair Bolsonaro: “Ministro tem de calçar as sandálias da humildade. Isto tem”. O destinatário do alerta pode ser o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que foi o principal articulador do governo com a Câmara, durante a tramitação da Reforma da Previdência na Casa. “Eu não tenho dificuldade alguma (com o governo), mas muitos relatos demonstram o contrário. Nem tudo dá para atender. Porém, dizer um não respeitoso é muito melhor que dar canseira ou não atender”, emenda.
Embora não concorde com o pedido dos colegas senadores, Olímpio diz que seu papel no parlamento é de mediador. “Não vou apagar fogo com gasolina”, diz. Ele faz questão de ressaltar que não classifica o pedido como uma forma de toma lá dá cá. “Se houvesse este tipo de acordo, não teria ocorrido o fato de conseguirmos aprovar no Senado, no primeiro turno, o texto do relator, com 56 votos e em uma hora após tomarmos uma paulada num destaque com apenas 42 votos perdendo 79 bilhões”, explicou ele, se referindo à mudança no texto da reforma que tira R$ 76,4 bilhões da economia prevista com a implementação das mudanças nas regras de aposentaria em 10 anos.