Frota sobre abstenção na Previdência: “Governo não precisa do meu voto”
Deputado, que está em pé de guerra com o PSL afirmou que seu voto vale tanto quanto de um “deputado eleito com 1 milhão de votos”
atualizado
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Em pé de guerra com o seu partido, o PSL, Alexandre Frota (SP) absteve-se da votação do segundo turno da reforma da Previdência, considerada a pauta prioritária do governo de Jair Bolsonaro (PSL). Mesmo assim a reforma foi aprovada com larga margem: 370 votos a favor e apenas 124 contra e uma abstenção. A dele.
“[O governo] não precisava do meu voto neste momento”, disse, em conversa com o Metrópoles. “Fiz tudo o que combinei com o governo até hoje. Ontem [terça-feira] fiquei na casa do Rodrigo Maia de 10h30 a 14h30 fazendo o mapa e a vitória era certa, de 364, 370 votos”, contou.
Frota acumula, nos últimos dias, desentendimentos com parte da bancada do PSL em São Paulo. Ele se posicionou contra uma série de iniciativas do governo, inclusive a indicação do presidente para que o seu filho Eduardo se torne embaixador nos Estados Unidos.
“[Minha abstenção] demonstra que 1 voto pesa tanto quanto de um deputado que tenha sido eleito com 1 milhão de votos”, provocou. Eduardo Bolsonaro foi eleito com 1,5 milhão de votos.
Desde o início da tramitação da Previdência, Frota se aproximou do ministro Paulo Guedes, e tornou-se um interlocutor da bancada junto à equipe econômica. Sua abstenção, portanto, gerou surpresa entre os articuladores do governo.