Delegados federais disparam contra diretor: “PF está em 2º plano”
Segundo os policiais, a atual administração do ministério da Justiça paralisou pleitos internos
atualizado
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A Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) entregou uma carta com duras críticas ao atual diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, na noite desta sexta-feira (25/10/2019). Descontentes com os rumos que a atual administração tem dado à carreira, os delegados, representados pelo presidente da entidade, Edvandir Felix de Paiva, disseram que a Polícia Federal está “relegada ao segundo plano” na atual gestão do ministério da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz Sergio Moro.
“O sentimento dos delegados da Polícia Federal é de que, ao contrário, assuntos fundamentais estão paralisados, e a PF está relegada a segundo plano nas principais políticas anunciadas até aqui”, destaca o primeiro item do texto. No total, foram enumerados 18 pontos considerados críticos.
Os delegados reclamam que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi contemplada com uma medida provisória (MP), convertida em lei, que garante remuneração em períodos de folgas. A PF, por outro lado, não teria recebido um tratamento isonômico. “Tratou-se de uma medida louvável, uma vez que, se não há como recompor e ampliar os cargos, devido ao problema fiscal, é necessário remunerar o trabalho extra decorrente”, dizem.
Além disso, eles pedem revisão no valor das diárias para policiais em operações fora de suas cidades, plano de saúde, critérios objetivos para assumir cargos em localidades consideradas menos atraentes, seja por violência ou distância, e novas contratações.
Solicitação de providências – DG-PF by Guilherme Waltenberg on Scribd
Os delegados se queixam também de terem sido “deixados de lado” de um acordo que o Ministério Público Federal (MPF) assinou com um ente estrangeiro em uma investigação que PF e MPF estavam conduzindo em parceria. “O Ministério da Justiça vem, sistematicamente, ignorando o ordenamento jurídico e permitindo a exclusão da PF da coordenação de sua função precípua que é investigar”, critica o texto.
Outro ponto que causou descontentamento entre os membros da associação é a dificuldade em ter acesso a licenças capacitação.
Ao final, os delegados pedem providências do diretor. Eles querem que: “assuntos há muito paralisados sejam retomados efetivamente, seja com a adoção das medidas internas de sua alçada, seja com gestões necessárias junto às instâncias governamentais”.