Bolsonaro se nega a comentar acesso de Toffoli a dados sigilosos
“Eu sou o chefe do Executivo, tá ok?”, disse o presidente ao chegar ao Palácio da Alvorada neste domingo (17/11/2019)
atualizado
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Depois de passar o fim de semana em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a Brasília neste domingo (17/11/2019). Ao chegar ao Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo foi questionado por jornalistas sobre medida do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, para ter acesso a dados sigilosos de 600 mil pessoas, mas se negou a comentar o assunto. “Eu sou o chefe do Executivo, tá ok?”, limitou-se a dizer.
Na semana passada, Toffoli determinou ao Banco Central (BC) o envio de cópia de todos os relatórios de inteligência financeira (RIFs) produzidos pela Unidade de Inteligência Financeira (UIF), antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), nos últimos três anos.
O pedido do ministro foi feito no âmbito do processo que analisa o uso de dados de órgãos de controle, como a UIF e a Receita Federal, sem autorização judicial. Com isso, o presidente da Corte suspendeu todas as investigações que usam esse tipo de informação.
A medida beneficiou o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, que era investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por suposto esquema de “rachadinha” – quando funcionários devolvem parte do salário.
Reforma administrativa
Bolsonaro afirmou também que a reforma administrativa – proposta do governo para mexer na estrutura do funcionalismo público – será enviada ao Congresso em breve. “Vai aparecer, mas não sei quando”, arrematou.
A medida, que prevê o fim da estabilidade para novos servidores e a redução dos salários iniciais, faz parte de um pacote de ações elaborado pela equipe econômica do governo para controlar as contas públicas.