Vítimas que inspiraram série Olhos que Condenam criticam Donald Trump
Os Cinco do Central Park, condenados injustamente pelo estupro de uma mulher branca, inspiraram a série Olhos que Condenam, da Netflix
atualizado
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Quatro dos “Cinco do Central Park”, homens negros condenados injustamente pelo estupro de uma corredora branca em 1989, discursaram a favor de Kamala Harris na Convenção Nacional Democrata, nessa quinta-feira (23/8).
Responsáveis por inspirar a minissérie Olhos que Condenam, da Netflix, Kevin Richardson, Yusef Salaam, Raymond Santana e Korey Wise atacaram o republicano Donald Trump, responsável por apoiar a pena de morte para eles na ocasião.
Veja o vídeo:
Isso aqui foi emocionante demais tá. Quatro dos cinco condenados injustamente de estupro no Central Park há mais de 30 anos atrás subiram ao palco da convenção democrata hoje. Em 89, Trump pagou uma página inteira no NYT pedindo a pena de morre pra deles. pic.twitter.com/DcKWswhMVq
— Ronilso Pacheco (@ronilso_pacheco) August 23, 2024
“Trump nos queria mortos. Fomos inocentados porque o verdadeiro criminoso confessou, e um exame de DNA provou. Trump disse que ainda acredita na sentença original. Ele prefere descartar a evidência científica em vez de admitir que errou”, disse Yusuf Salam.
Wise completou: “35 anos atrás, meus amigos e eu fomos presos por um crime que não cometemos. Nossa juventude foi roubada de nós. Todos os dias, quando entrávamos no tribunal, as pessoas gritavam conosco. Nos ameaçavam. Por causa de Donald Trump”.
Olhos que Condenam
Olhos que Condenam conta a história real de cinco adolescentes condenados injustamente pelo estupro de uma mulher em Nova York, em 1989. O seriado bateu todos os recordes de visualizações nas duas primeiras semanas de lançamento.
O caso ganhou notoriedade na época por alguns motivos. Nova York passava por uma dita “epidemia de estupros” e uma das vítimas, Trisha Meili, foi encontrada praticamente morta pela polícia — além de não recordar de nada do episódio, a jovem de 28 anos foi tão severamente agredida que ficou com sequelas físicas para o resto da vida.
No momento em que o crime aconteceu, um grupo grande de adolescentes negros dava um “rolêzinho” pelo parque: a investigação nomeou seus suspeitos ali mesmo, sem qualquer prova, depois de horas a fio interrogando agressivamente os cinco garotos — Antron McCray, Kevin Richardson, Yusef Salaam, Raymond Santana e Korey Wise.
Na época, Donald Trump pagou por anúncios nos principais jornais americanos pedindo a execução dos cinco jovens inocentes.