Rogério Andrade sobreviveu a atentado com bomba que matou seu filho
Rogério Andrade perdeu o filho, Diogo, de 17 anos, durante um atentado em 2010, no Rio de Janeiro. Contraventor está preso
atualizado
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Para além das polêmicas envolvendo sua vida pessoal, como a “suruba autorizada” de sua esposa, o contraventor Rogério Andrade, preso na terça-feira (29/10), sob acusação de mandar matar o rival Fernando Iggnácio, acumula outras experiências peculiares. Em 2010, por exemplo, ele sobreviveu a um atentado a bomba. Diogo, de 17 anos, filho do bicheiro, estava ao seu lado, e morreu na hora.
Na ocasião, o ex-patrono da Salgueiro e Diogo voltavam de uma academia quando granadas instaladas no Toyota Corolla em que estavam explodiu na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Apesar da gravidade da explosão, o contraventor foi ferido apenas na face e se submeteu a cirurgias de reparação.
Na ocasião, Fernando Iggnácio foi acusado de encomendar a tentativa de assassinato do contraventor, seu principal rival na disputa pelo jogo do bicho no Rio de Janeiro.
Prisão de Rogério Andrade
Andrade, patrono da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel e um dos mais influentes bicheiros do estado, é acusado de orquestrar a execução de seu rival Fernando Iggnácio, herdeiro do lendário Castor de Andrade.
O assassinato de Iggnácio, ocorrido em 10 de novembro de 2020, foi marcado por uma emboscada que expôs a brutalidade da guerra pelo controle dos pontos de jogo e máquinas caça-níqueis na zona oeste do Rio.
O contraventor foi alvejado com tiros de fuzil 556, uma arma de guerra, ao desembarcar de um helicóptero no Recreio dos Bandeirantes, logo após retornar de Angra dos Reis, na Costa Verde.
De acordo com as investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que liderou a Operação Último Ato, Iggnácio foi atacado enquanto caminhava pelo estacionamento em direção ao carro. A emboscada foi realizada por um atirador encapuzado, que, armado com um fuzil, desferiu diversos tiros na cabeça da vítima.
Rixa de Rogério Andrade e Iggnácio
A rixa entre Rogério Andrade e Fernando Iggnácio começou no fim da década de 1990, após o assassinato de Paulo Roberto de Andrade, filho de Castor e sucessor escolhido para chefiar o império do bicho.
Desde então, a disputa pelo controle do lucrativo mercado de caça-níqueis e pontos de jogo foi marcada por uma série de assassinatos. Segundo dados da Polícia Federal, entre 1999 e 2007, essa guerra territorial teria resultado em mais de 50 mortes.
Rogério Andrade, que foi braço direito de Castor de Andrade até a morte do contraventor, em 1997, já acumulava uma longa ficha criminal antes da prisão desta terça-feira.
Além do atentado de 2010, Andrade sobreviveu a outro atentado em 2001, quando a arma de um atirador falhou.