Quem era Jeffrey Epstein e de onde veio lista com famosos e políticos
Justiça americana liberou um dossiê que aponta mais de 170 nomes ligados ao magnata Jeffrey Epstein
atualizado
Compartilhar notícia
A Justiça dos Estados Unidos revelou na noite dessa quarta-feira (3/1) um dossiê com mais de mil páginas, em que aponta mais de 170 nomes ligados ao magnata Jeffrey Epstein. Pessoas de destaque, como o príncipe Andrew, Bill Clinton, Donald Trump, Al Gore, Kevin Spacey e Stephen Hawking foram incluídas nos registros de provas.
Epstein nasceu e cresceu em Nova York, nos Estados Unidos, onde estudou física e matemática, sem nunca se formar. Nos anos 1970, deu aulas em uma escola privada.
O pai de um de seus alunos teria se impressionado com as habilidades de Epstein e o colocou em contato com um sócio do banco de investimentos Bear Stearns, em Wall Street. Em 4 anos, se tornou sócio e, em 1982, criou sua própria empresa, a J Epstein and Co.
O negócio consistia em administrar recursos de clientes e foi um grande sucesso, chegando a valer mais de US$ 1 bilhão. Nessa época, Epstein começou a socializar com artistas, celebridades e políticos.
Prisão e morte de Epstein
Jeffrey Epstein foi encontrado morto em uma prisão de Manhattan em 2019, enquanto aguardava julgamento por acusações de tráfico sexual.
O empresário foi preso em 8 de julho de 2019 e tinha 66 anos quando cometeu suicídio em sua cela. Ele era acusado de abusar de meninas de 14 anos e de operar uma rede de exploração sexual de menores.
As acusações contra Epstein apontam que, entre 2002 e 2005, ele pagava para que meninas fossem até suas casas de luxo, incluindo uma ilha particular no Caribe, para realizar atos sexuais com ele e seus convidados.
Lista de Epstein
Conforme os documentos liberados pela Justiça norte-americana, alguns dos nomes de famosos que constam na lista eram associados, amigos ou vítimas de Epstein. Outros foram citados como prova por testemunhas que afirmaram não ter qualquer ligação com o magnata.
Os documentos fazem parte de um processo por difamação movido pela advogada Virginia Giuffre contra Ghislaine Maxwell, esposa de Epstein. Segundo ela, o casal a obrigava a ter encontros sexuais com pessoas poderosas. Nos arquivos, há pelo menos 187 menções a supostos “J. Doe”, que, agora, terão os nomes revelados.
Entre os nomes citados está o do príncipe Andrew. Conforme os documentos, a mulher alegou ter sido obrigada a ter relações sexuais com o príncipe durante uma orgia na casa de Epstein. Em depoimento à Justiça em 2014, ela conta que foi “forçada a ter relações sexuais com este príncipe quando era menor de idade em três localizações geográficas distintas”.
Giuffre afirma que isso aconteceu “em Londres (no apartamento de Ghislaine Maxwell), em Nova York e na ilha particular de Epstein, nas Ilhas Virgens dos EUA (em uma orgia com inúmeras outras meninas menores de idade)”. Os documentos recém-revelados afirmam que Epstein disse a J. Doe para “dar ao Príncipe tudo o que ele exigia”.
A mulher afirma ainda que Ghislaine Maxwell “facilitou os atos de abuso sexual do príncipe Andrew, agindo como uma ‘madame’ de Epstein”. Andrew perdeu a maioria de seus títulos reais devido à sua associação com Epstein. Ele resolveu uma ação civil com Giuffre no ano passado por uma quantia não revelada e negou qualquer irregularidade.
De acordo com o dossiê, também aparece o nome do professor Stephen Hawking, que teria participado de uma orgia com menores.
Outro nome citado é o do ex-presidente dos EUA Bill Clinton. Apesar das 17 citações nos documentos, ele não é acusado de qualquer delito, assim como outros nomes como o ex-presidente dos EUA Al Gore; o criador de Star Wars, George Lucas; o ator Kevin Spacey; o mágico David Copperfield; e Michael Jackson.
Segundo a acusadora, ela conheceu o astro do pop na casa de Epstein, porém, afirmou que não aconteceu nada de desagradável com o cantor.
Citado 14 vezes no dossiê, o também ex-presidente dos EUA Donald Trump é apontado apenas como amigo de Jeffrey Epstein.
Testamento de Epstein
Os procuradores retiraram a acusação contra Epstein após a sua morte, mas alegaram que estavam considerando acusar outras pessoas por facilitar o suposto abuso de menores de idade.
Dois dias antes de morrer, o magnata assinou um testamento. Registros apontam que o patrimônio dele estava avaliado em mais de US$ 577 milhões.