Preta Gil responde dúvidas dos internautas sobre bolsa de ileostomia
O item serve para desviar o fluxo das fezes até que o intestino esteja totalmente recuperado da cirurgia que Preta Gil realizou em agosto
atualizado
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Preta Gil usou as redes sociais nesta quarta-feira (4/10) para responder perguntas dos internautas sobre a bolsa de ileostomia que está usando. A cantora postou uma foto de biquíni com a bolsa exposta e falou sobre as funcionalidades do item.
“Amores, vim responder algumas dúvidas frequentes sobre minha bolsa de ileostomia que tenho recebido nas caixinhas de perguntas. Não estou dizendo que é fácil! Sim, as dificuldades existem, mas podemos romper os preconceitos com pessoas estomizadas e normalizar o uso. Essa bolsinha salva vidas!”, legendou no vídeo.
Veja as respostas de Preta Gil
Como está se sentindo enquanto pessoa estomizada?
“Eu me sinto abençoada, porque essa bolsa salva vidas. Imagine, você está com um problema; câncer ou qualquer outro problema gastrointestinal e aí você tem uma solução para esse seu problema, que é a bolsa de ileostomia ou de colostomia. Isso é um milagre, uma evolução muito grande da ciência, na tecnologia, da medicina. Então eu me sinto abençoada em poder durante esses três meses fazer o uso da bolsinha para que a minha cicatriz da minha operação no reto sare, cicatrize e eu possa daqui a um mês e meio retirar ela.”
Você pode comer de tudo ou tem restrições?
“Eu posso comer de tudo, mas a gente tem que ter bom senso. A minha nutricionista me passou uma lista dos alimentos que normalmente soltam muito o intestino. Gordura, fritura. No meu caso, eu fui testando e vendo aquilo que soltava ou prendia mais meu intestino. No meu caso, coisas com leite soltam muito. E isso não é muito bom, que as fezes fiquem muito liquidas. O bom é que ela fique mais pra pastosa, mas não endurecida. Tudo é uma questão de equilíbrio. Olhar para a nossa bolsinha”, disse.
“Eu, no caso, olho porque eu mesma limpo. Então vou reportando isso aos meus médicos, como está a consistência e a gente vai equilibrando. Com a alimentação a gente consegue deixar as fezes da maneira ideal ou com o uso de medicamento. Tanto para soltar, quanto para prender”, completou.
Você quem faz a limpeza da sua ileostomia? Qual a diferença de colostomia e ileostomia?
“Hoje em dia eu faço sim a limpeza da minha bolsa. Eu comecei no hospital. Durante os primeiros dias, isso é comum, a gente fica numa rejeição com a bolsa, em uma relação um pouco estranha. Como eu estava no hospital e os enfermeiros estavam disponíveis para limpar, eu não mexia nela. Mas nos últimos dias, nos últimos sete dias eu mesma comecei a limpar porque eu entendi que eu teria que ter alguma autonomia em casa, mesmo indo pra casa com enfermeiros no primeiro dia”, iniciou.
“Hoje, eu não tenho mais os enfermeiros full time, então eu mesma limpo e já criei algumas formas e mecanismos e maneiras de limpar ela, ser pratica, e estou começando a me sentir mais livre. Essa semana passada eu fui a um restaurante e me senti a vontade. Quando encheu, eu levei meu kitzinho de esvaziamento, fui ao banheiro, usei, fiz o descarte, limpei e voltei. Tudo certo. Eu não sou medica, mas aprendi bastante nessa minha jornada”, continuou.
“A diferença da ileostomia e colostomia, é que a ileostomia você faz um pinçamento pra fora do intestino delgado, que é mais encima. Então acaba que as fezes ficam mais liquidas para pastosa. E a colostomia é mais pra baixo, faz o pinçamento no intestino grosso. Então as fezes que saem na bolsinha são mais parecidas com as que a gente mesma faz naturalmente. O alimento ja passou por todo o intestino delgado, intestino grosso, entao ele ressecou e fica mais endurecida”, explicou.
Como será essa segunda cirurgia? É para retirar a bolsa?
“Sim, a minha segunda cirurgia é para retirar a bolsa e reconstruir meu trato intestinal. Essa cirurgia é mais simples, mas minha recuperação no pós também é delicada e requer muita dedicação. Na minha primeira cirurgia foi retirado meu reto, meu tumor era no reto. Não tenho mais o reto, então as fezes saem do intestino direto pro esfíncter. Isso requer fisioterapia, uma dedicação minha, dos médicos, enfermeiros, técnicos, para que eu possa ter esse controle o mais rápido possível. Tanto de expulsar quanto de segurar as fezes”, afirmou.
A bolsa incomoda?
“Hoje em dia a bolsa não me incomoda. Tudo é uma questão de costume. No começo, quando falaram que eu ia usar a bolsa, eu fiz um drama. Quando eu saí da cirurgia, eu fiquei estranhando. E de repente eu comecei a entender, ver e ouvir historias, de como a bolsa salvou vidas. Pessoas que poderiam morrer de câncer ou usar a bolsa. A bolsa é uma salvação”, agradeceu.
“No meu caso é temporária, mas muitas pessoas usam definitivamente e têm uma vida normal. Eu hoje tenho uma vida muito perto da normalidade. Ainda estou me acostumando e vou testando algumas coisas, mas eu praticamente já me acostumei com ela. Vou usando roupas que eu consigo me sentir melhor, entendendo como é isso. Questão de costume, vivência, e você vai aprendendo a lidar.”