Pabllo Vittar celebra fazer 30 anos em “país que mata tantos” LGBTQIA+
A cantora Pabllo Vittar comemora 30 anos de idade nesta quarta-feira (1/11) e relatou a emoção de estar viva no país que mais mata LGBTQIA+
atualizado
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Pabllo Vittar está comemorando 30 anos de idade nesta quarta-feira (1/11) e relatou a emoção de estar viva em um país que mais mata LGBTQIA+ no mundo. A cantora ainda relatou a indignação com a proibição do casamento de pessoas do mesmo sexo.
“Neste país em que vemos todos os dias pessoas da nossa comunidade sofrerem violências absurdas, e morrerem, fazer 30 anos é muito emocionante. Por estar viva, e por poder fazer todos os dias o que eu gosto, viver da minha música e estar no palco”, declarou, em entrevista a Lucas Pasin, do UOL.
A cantora não escondeu a raiva causada pela aprovação, em uma comissão da Câmara dos Deputados, de um projeto de lei que veta o casamento de pessoas do mesmo sexo – o texto ainda precisa passar por outras instâncias. “Postei falando sobre, mas eu tinha feito também vídeos, com muita raiva, e acabei não publicando. É um retrocesso ridículo. Sempre acho que é uma grande cortina de fumaça para outras coisas toscas que acontecem nesse país”, expressou.
Tristeza e revolta
Vittar disse ter recebido mensagens de diversos casais que temiam ter o casamento anulado. “Fiquei triste ao receber mensagens de pessoas com medo do casamento ser anulado, de não poderem casar, e de não poder ficar com a pessoa que ama. A comunidade enxerga em mim uma super-heroína. Mas espero que as coisas mudem, estão querendo nos tirar o direito de amar”, completou.
A artista relatou que tem um ritual para comemorar seu aniversário. “É uma tradição, para virar o novo ano, tomar um banho de alecrim para tirar tudo que é ruim, e atrair coisas positivas. Acredito muito em energias. Sempre jogo para o universo o que eu quero para o próximo ano. Peço, agradeço, e é isso, esse é o meu ritual de aniversário”, descreveu.
Ela ainda falou sobre inspirar a comunidade LGBTQIA+. “Não gosto de pensar que a responsabilidade de inspirar outras pessoas está apenas nas minhas mãos. Tenho amigos que também trabalham e dão voz [para a comunidade LGBTQIA+]. Por mais que brinquem sempre ‘Pabllo, faz alguma coisa’, temos outras pessoas inspiradoras. E temos avançado muito para não perder as esperanças agora. Espero que daqui a 30 anos a gente tenha avançado muito mais”, encerrou.