“O crime é limite do humor”, diz Renato Albani antes de show no DF
Renato Albani vai fazer dois shows aqui em Brasília, no próximo domingo (29/9), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães
atualizado
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Renato Albani está se preparando para trazer o show Zona de Conforto para Brasília. Em entrevista ao Metrópoles, o profissional explicou como alia as redes sociais ao trabalho no palco e explicou o seu ponto de vista para a questão sobre o limite do humor.
O show do comediante está marcado para este domingo (29/9), no Ulysses Centro de Convenções.
Albani naõ tem medo de polêmica, por isso mesmo, não se furta a falar sobre até onde pode ir com piadas. E, o comediante, tem um limite claro – mesmo que extenso.
O limite é o crime
“Pode ser falado qualquer assunto. Mas, assim, o limite de qualquer coisa, não só do humor, é o crime, né? Esse é o grande limite. Fora isso, você pode falar sobre tudo”, opina.
Para ele, inclusive, não excluir nenhum assunto das piadas é algo inclusivo. “Eu acho que você está menosprezando um grupo de pessoas, se você diz que não pode fazer piada sobre aquilo, ‘porque as pessoas não vão entender como piada'”, encerrou.
Show Zona de Conforto
Renato Albani está apresentando o show Zona de Conforto, que aborda o comportamento humano e levanta os pontos de evolução e estagnação da sociedade, fazendo um comparativo entre passado, presente e futuro.
“Eu idealizei esse show vendo algumas coisas que o comportamento humano, que eu sempre gosta de falar… além da piada, eu gosto de deixar algum pensamento, mas o comportamento humano da gente, às vezes, se colocar em risco por coisas que não valem a pena”, descreveu.
Na apresentação, ele ainda faz uma comparação com a natureza, que “ninguém se coloca em risco, a não ser que seja uma situação de vida ou morte”. “Fui juntando algumas histórias que eu tinha para a gente colocar nesse show, completou.
Redes sociais e YouTube como aliados
Em seu quinto show solo no stand-up, Renato Albani não deixa as redes sociais e o YouTube de lado e está sempre produzindo conteúdos. Somados, o público do humorista ultrapassa os cinco milhões.
Na plataforma do Google, ele aproveita cortes de suas apresentações e explora vídeos mais longos. Já no Instagram, vídeos curtos e assuntos do momento, como, por exemplo, a cadeirada de José Luiz Datena em Pablo Marçal, durante um debate dos candidatos à prefeitura de São Paulo
O acontecimento logo foi parar nas redes de Albani. Sobre fazer humor com essas questões, ele explicou que precisa estar antenado com tudo que está acontecendo para que as piadas não fiquem ultrapassadas.
“Não dá para fazer piadas que se faziam antigamente. Primeiro, que algumas caíram em desuso mesmo, [porque] as coisas estão evoluindo, e outra porque se você ouvir as mesmas piadas 10, 20, 30 vezes, isso vai perder a graça”, declarou.
Em casos como esse, inclusive, ele explicou que a piada já vem pronta e que não tem como deixar o assunto passar. Entretanto, ele explicou que não gosta de entrar em temas polêmicos ou que vão dividir muito a opinião e que aproveita muito o que seus seguidores pedem.
“Por falta de paciência de ter que explicar muita coisa da piada. Eu tento falar coisas que o pessoal da internet mesmo me fornece”, declarou, acrescentando que muitas pessoas sugerem assuntos e ela vai atrás para entender melhor e fazer uma piada.
Internet x palco
Além dos shows de comédia presenciais, hoje os influenciadores de humor se tornaram muito populares no Instagram e no TikTok. Para Renato Albani, a diferença de sensações é similar a um jogo de futebol ou de um show de música, ou seja, completamente diferente e um ajudou o outro.
“Eu acho que o teatro nunca vai morrer, porque tem toda uma atmosfera ali envolvida. E a experiência é muito diferente. As piadas que estão na internet, não são feitas para o show, que são outras piadas”, contou.
Antes de seguir carreira na comédia, Renato Albani cursava engenharia, dava aula no Senai e estava abrindo uma empresa na área. Entretanto, após se formar, ele decidiu seguir o seu sonho e construir uma trajetória como humorista. E ele percebeu que tudo deu certo quando começou a alcançar seus objetivos, “pagar as contas e dar uma vida melhor para sua família”.
Homenagem a Brasília
Ao ser questionado sobre a comédia na capital, o comediante relembrou do Melhores do Mundo, um dos maiores grupos do Brasil. “Eu sou fã pra caramba… desde antes de começar a fazer comédia, eu já acompanhava os caras. O pessoal de Brasília é bastante politizado, por motivos óbvios, geográficos. Então, eles falam muito disso”, explicou.
Os lugares para a primeira apresentação se esgotaram e, por conta dessa situação, a peça ganhou uma data extra.