Morre cartunista Ykenga Mattos, que denunciava racismo em HQs
Ykenga Mattos ficou conhecido por denunciar racismo nos cartuns que fazia para jornais, como O Pasquim e O Dia
atualizado
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O professor, sociólogo e cartunista Bonifácio Rodrigues de Mattos, conhecido como Ykenga Mattos, morreu na manhã dessa segunda-feira (2/4), de acordo com o jornal Folha de S. Paulo. Ele estava com 71 anos e sofreu um infarto fulminante.
Mattos morreu em casa, na cidade de São Gonçalo, no Rio de Janeiro. Ele foi velado e sepultado na mesma região.
Ykenga ficou famoso por denunciar o racismo na sociedade brasileira por meio dos cartuns feitos para diversos jornais nos quais trabalhou desde os anos 1970 e recebeu o prêmio Ângelo Agostini de mestre do quadrinho nacional, em 2021. Ele, que era formado em desenho técnico, começou a carreira no jornal O Pasquim.
Na sequência, o cartunista passou pelo Extra, O Dia, O Povo, Última Hora, O Fluminense e Jornal dos Sports. Além disso, trabalhou na publicação Maioria Falante, um expressivo do movimento negro.
O profissional também é autor do livro Casa Grande & Sem Sala, uma paródia cheia de humor do famoso Casa-Grande & Senzala, de Gilberto Freyre. A história é contada em quadrinhos e faz uma sátira ao mito da democracia racial que existe no original.
Em entrevista ao jornal Extra sobre o livro, ele falou que decidiu criar o livro porque guardava algumas charges e que escolheu um contraponto, “botando o dedo na ferida”.
Diretor da Associação Brasileira de Imprensa e membro da Academia Brasileira da Cachaça, ele também é autor do livro Humor à la Carte. O desenhista ilustrou ainda o texto A História do Samba Contada em Quadrinhos, de Haroldo Costa.