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Morre a escritora e ativista Maryse Condé, aos 90 anos

Considerada uma das principais vozes negras da literatura francófona, Maryse Condé escreveu mais de 30 obras sobre colonialismo e identidade

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Retrato nalógico de Maryse Condé en 1986 - Metrópoles
1 de 1 Retrato nalógico de Maryse Condé en 1986 - Metrópoles - Foto: Getty Images

A escritora guadalupense Maryse Condé morreu nesta terça-feira (2/4), aos 90 anos, em um hospital no Sul da França. Ela lutava contra as consequências de um acidente vascular cerebral sofrido há pouco tempo e também tinha uma doença neurológica. A causa da morte, contudo, não foi confirmada pela família.

Nascida em Pointe-à-Pitre, em Guadalupe, Maryse Condé é uma das principais vozes negras da literatura francófona, com uma obra marcada pela mistura de influências culturais caribenhas e africanas. Em seus mais de 30 livros, ela explorou temas como identidade, colonialismo, racismo e feminismo.

Condé estudou na Universidade de Sorbonne, em Paris, onde se envolveu com movimentos literários e políticos. Seu trabalho frequentemente desafia as normas sociais e culturais, destacando as lutas das pessoas marginalizadas e subjugadas.

Entre suas obras mais conhecidas estão Ségou: Les Murailles de Terre, uma saga épica que retrata a vida na África Ocidental durante a era colonial, e La Vie Scélérate, um romance que aborda questões de opressão e resistência.

Reconhecida internacionalmente, Maryse Condé recebeu vários prêmios literários ao longo de sua carreira, incluindo o prestigioso New Academy Prize in Literature, prêmio alternativo ao Nobel de Literatura.

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Homenagens

A morte de Maryse Condé abalou a classe literária. A escritora paulista Djamila Ribeiro usou as redes sociais para homanegear a veterana. “Acordo com a notícia da passagem de Maryse Condé, uma das gigantes da literatura de todos os tempos, mulher caribenha que iluminou nossos pensamentos e coloriu a magia das mulheres com seus escritos poderosos”, escreveu Djamila.

“O valor de seu trabalho é inestimável. Pela riqueza de sua literatura, o brilhantismo de seu pensamento, uma mulher que partiu do Caribe e fez o imponderável no mercado editorial mundial, sendo lida em diversos idiomas e recebido incontáveis prêmios”, destacou.

A jornalista e escritora Adri Ferreira também exaltou o legado de Maryse Condé para a literatura. “Foram as memórias de Maryse, registradas em O Coração que Chora e que Ri, que mais me pegaram, por revelarem a formação da autora enquanto artista, mulher, descobrindo-se jovem adulta, descobrindo-se negra. Que maravilha ter a chance de viver na mesma época desta espetacular escritora. Rest in power grande Maryse”.

A editora Record, que publicou Eu, Tituba, O Evangelho do Novo Mundo e O Fabuloso e Triste Destino de Ivan e Ivana, publicou uma nota. “Que sua obra permaneça promovendo o mais profundo entendimento de nossas humanidades”.

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