Modelos acusam fotógrafo Mario Testino de abuso sexual
Diversos profissionais contaram ao jornal The New York Times sobre condutas inapropriadas do fotógrafo em sessões de fotos
atualizado
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Depois de inúmeras histórias de abuso sexual revelarem o lado obscuro de Hollywood, dessa vez, a indústria da moda se tornou o foco das atenções. Em reportagem do The New York Times publicada no sábado (14/1), diversos modelos masculinos acusam o renomado fotógrafo Mario Testino (foto em destaque) de conduta sexual inadequada.
Ao todo, 15 profissionais, atuantes e aposentados, contaram ao jornal sobre suas experiências com Testino e Bruce Weber – outro fotógrafo conhecido por suas icônicas campanhas para marcas como Calvin Klein e Abercrombie & Fitch. Assim como Ashley Judd, Gwyneth Paltrow e Angelina Jolie, vários relataram, em detalhes, um padrão perturbador de exploração sexual.
No caso de Testino, 13 ex-assistentes pessoais que trabalharam com ele nos anos 1990 e modelos afirmam que o fotógrafo os submeteu a “avanços sexuais que, em alguns casos, incluíam toques e masturbação”. Um deles recordou um episódio no qual Mario foi extremamente agressivo em uma sessão de fotos, chegando a subir em cima dele numa cama e dizer: “Eu sou a menina, você é o menino”.
Os antigos assistentes também disseram que Testino frequentemente contratava homens jovens, geralmente heterossexuais, para sujeitá-los a abordagens cada vez mais agressivas. “O assédio sexual era uma realidade constante e ocorria em quartos de hotel, nos bancos de trás de carros e em voos de primeira classe”, disse Roman Barrett, ex-assistente.
Outros homens também relataram que Testino os acariciava de forma imprópria, e o modelo Ryan Locke chegou a afirmar que o fotografo “era um predador sexual”.
“Exercícios de respiração”
Quanto a Weber, vários modelos disseram ao The New York Times que durante sessões privadas, ele os pressionaria a ficarem nus para testes onde iniciariam “exercícios de respiração” que levariam a toques inadequados. “Lembro-me dele, colocando os dedos na minha boca e agarrando minhas partes íntimas. Nunca fizemos sexo ou nada, mas muitas coisas aconteceram. Muito abuso”, relembra o modelo.
Mas as alegações foram suficientes para que a Condé Nast cortasse os laços e anunciasse um novo código de conduta para proteger modelos de assédio sexual e abuso no local de trabalho. A editora-chefe da Vogue America, Anna Wintour, publicou um comunicado declarando estar profundamente perturbada com as acusações e que não fará nenhum trabalho novo com os dois fotógrafos no futuro.