Marjorie Estiano detona suspeitos de assassinato de Marielle Franco
A atriz e cantora Marjorie Estiano usou uma rede social para falar sobre os supostos assassinos de Marielle Franco, presos no fim de semana
atualizado
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A atriz Marjorie Estiano usou uma rede social para falar sobre os suspeitos de serem mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro; Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio e irmão de Domingos; e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio; foram presos nesse domingo (24/3) pela Polícia Federal.
No Instagram, a atriz compartilhou fotos dos três suspeitos presos e desabafou: “Quando alguém falar em ‘cara de marginal’ e ‘cara de bandido’, lembrem-se desses perfis. Homens brancos, ricos, cristãos e de direita. Não é uma generalização, é uma complexificação”.
Em outro story, ela compartilhou a publicação de outro perfil com uma nota oficial sobre as prisões. “Um dos mandantes do assassinato era, na época, chefe da Delegacia de Homicídios. Recebeu as viúvas com sorriso cínico e prometeu prioridade máxima na resolução do caso”, escreveu a cantora.
Ela lembrou ainda que outros mandantes eram “altas autoridades políticas” e finalizou: “Esse é o abismo”.
PF prende suspeitos de mandar matar Marielle Franco
A Polícia Federal prendeu, na manhã deste domingo (24/3), três suspeitos de mandar matar Marielle Franco. A Operação Murder Inc. apura os assassinatos da vereadora e do motorista Anderson Gomes e a tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves.
Foram presos o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ); o irmão dele, Domingos Brazão, que é conselheiro do Tribunal de Contas do Rio; e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa (veja quem são na galeria abaixo). A ação acontece 10 dias após o crime completar seis anos.
O trio deve ser transferido ainda neste domingo para a Penitenciária Federal de Brasília, unidade prisional onde está preso o líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.
Foram cumpridos ainda 12 mandados de busca e apreensão, todos na cidade do Rio de Janeiro. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.
Fontes da PF e do Ministério da Justiça afirmaram ao colunista Igor Gadelha que a operação foi antecipada para evitar o risco de vazamento. As prisões foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes nos últimos dias e tiveram aval da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A ação deste domingo contou com a participação da PGR e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Houve ainda o apoio da Polícia Civil fluminense e da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Irmãos Brazão
Chiquinho e Domingos Brazão têm o reduto político e eleitoral em Jacarepaguá, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro, historicamente dominado pela milícia.
Chiquinho Brazão foi citado na delação de Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle Franco. O político foi vereador na Câmara Municipal do Rio de Janeiro pelo MDB por 12 anos, inclusive durante os dois primeiros anos de mandato de Marielle, entre 2016 e março de 2018, quando foi assassinada.
Em 2018, Brazão foi eleito para a Câmara dos Deputados pelo Avante e, em 2022, foi reeleito pelo União Brasil.
Chiquinho nunca havia sido citado no caso Marielle e chegou a afirmar à coluna de Guilherme Amado que tinha um bom convívio e relação com ela.
Entretanto, o nome do irmão dele, Domingos Brazão, apareceu no depoimento que o miliciano Orlando Curicica deu sobre o crime à Polícia Federal.
No início do ano, a principal hipótese levantada para que Domingos Brazão ordenasse o atentado contra Marielle seria vingança contra Marcelo Freixo, ex-deputado estadual pelo PSol, hoje no PT e atual presidente da Embratur.
Isso porque, quando era deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Brazão entrou em diversas disputas com Freixo, com quem Marielle trabalhou por cerca de 10 anos antes de ser vereadora.
Agora, a classe política do Rio considera uma nova hipótese, como mostrou o colunista Paulo Cappelli: que, talvez, a família Brazão tenha se sentido atacada por Marielle, de alguma forma, no campo pessoal. Não no legislativo.