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Maria Gadú, Vitão e Alok visitam acampamento indígena em Brasília

Decisão sobre a ação movida pelo governo catarinense contra o povo Xokleng servirá de diretriz para o governo e para a Justiça

atualizado

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Vitão com indígenas em Brasília
1 de 1 Vitão com indígenas em Brasília - Foto: Reprodução

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve iniciar nesta quinta-feira (26/8) o julgamento do marco temporal para demarcação de terras indígenas. Para pressionar o judiciário, 6 mil indígenas, de 170 povos, estão acampados em Brasília, e receberam, essa semana, a visita e o apoio de artistas.  Maria Gadú, Alok e Vitão foram alguns dos famosos  a irem até o local do acampamento, localizado a 2 quilômetros da Praça dos Três Poderes.

“O Brasil é indígena, sempre foi e sempre será. Chega de desumanidade e injustiça. Demarcação já“, escreveu Vitão na legenda de uma foto em que aparece sendo tietado pelos integrantes do acampamento.

Alok fez vídeos e fotos falando para os indígenas, com uma bebê no colo. Em discurso, ele defendeu o movimento. “Eu não estou aqui por causa de nenhum partido político. Eu estou aqui por causa de vocês. A causa de vocês é minha. A gente pode desenvolver muito economicamente preservando a natureza”, disse Alok.

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O DJ Alok prestou apoio às lideranças indígenas no acampamento em Brasília
Nessa quarta (25/8), Maria Gadú acompanhou toda a movimentação e espera dos integrantes do acampamento pelo julgamento
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O cantor Vitão também esteve com os indígenas.

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O DJ Alok prestou apoio às lideranças indígenas no acampamento em Brasília

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Nessa quarta (25/8), Maria Gadú acompanhou toda a movimentação e espera dos integrantes do acampamento pelo julgamento

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Além de apoiar presencialmente a causa dos povos indígenas, Maria Gadú compartilhou um vídeo gravado por ela com outros artistas em que explica porquê o julgamento é tão importante. “O julgamento é marcante para a causa indígena no país porque, em 2019, a Corte deu status de repercussão geral ao processo. Ou seja, a decisão que for tomada pelos ministros do STF será aplicada em todas as disputas semelhantes envolvendo demarcações”, escreveu Gadú.

“No recurso ao STF, o governo catarinense apela à tese ruralista do “marco temporal”, que defende que os indígenas só podem reivindicar terras que já ocupavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. Essa proposta é verdadeiro absurdo, pois sabemos que muitas comunidades foram expulsas de seus territórios originais antes de 1988”, completou a artista.

Entenda

A votação da ação de reintegração de posse movida pelo governo de Santa Catarina contra o povo Xokleng, referente à TI Ibirama-Laklãnõ, onde também vivem os povos Guarani e Kaingang, deveria ser analisado nesta quarta-feira (25/8). No entanto, como o julgamento sobre a independência do Banco Central ainda não terminou, o tema foi alocado na sessão seguinte, ou seja, nesta quinta-feira (26/8).

Em 2019, o STF deu status de “repercussão geral” ao processo, o que significa que a decisão tomada neste caso servirá de diretriz para a gestão federal e todas as instâncias da Justiça no que diz respeito aos procedimentos demarcatórios. A pauta é considerada o julgamento do século para os povos indígenas.

Indígenas de todo o país estão reunidos em Brasília. Nessa terça-feira (24/8), eles fecharam por alguns minutos a Esplanada dos Ministérios e foram impedidos de realizar uma marcha até o Congresso Nacional para realizar um ato contra o que eles chamam de” agenda anti-indígena” que está na Casa. Está prevista uma vigília em frente ao STF.

O problema central do caso está a tese do “marco temporal”, uma interpretação defendida por ruralistas e setores interessados na exploração das terras indígenas, de acordo com a qual os povos originários só teriam direito à terra se estivessem sob sua posse no dia 5 de outubro de 1988.

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