Maria Flor comenta racismo ao relembrar namoro com Jonathan Haagensen
A atriz publicou uma foto antiga com o ex-namorado e aproveitou para falar sobre o racismo que acontecia contra ele durante a relação
atualizado
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Maria Flor, conhecida por seus papéis em novelas da Globo e na série 3%, do Netflix, usou seu Instagram para relembrar o namoro que teve com o ator Jonathan Haagensen durante três anos. A atriz publicou uma foto com Haagensen, nesse domingo (17/2), e fez um texto falando sobre os casos que racismo que aconteciam com o ex-namorado na época em que estavam juntos.
Com 19 anos, Maria Flor conheceu Jonathan na gravação de um filme, e os dois se apaixonaram rapidamente, ficando juntos por três anos. Ela disse que, na época, os dois não pensavam muito sobre o preconceito que constantemente ocorria contra Jonathan. No texto, ela citou algumas situações pelas quais passaram.
Maria Flor relatou que, em um certo dia, ela e Jonathan foram parados por policiais na entrada do Vidigal, bairro do Rio de Janeiro onde ele mora até hoje. Segundo ela, os policiais mandaram o ator descer do carro e o revistaram sem motivos aparentes. “Aquilo era humilhante. Eu, na minha jovem arrogância, desci do carro e gritei com o policial”, relatou Maria. Na ocasião, os dois acabaram sendo levados para a delegacia por desacato.
“Abaixar a cabeça tinha sido a realidade dele (Jonathan), e eu achei que poderia salvá-lo disso. Eu, branca, garota da zona sul do Rio de Janeiro, achei que podia fazer justiça. Mas não, eu não podia, e eu só fiz ele passar por uma humilhação que eu jamais entenderia”, alegou a atriz, que acredita que o relacionamento chegou ao fim por “não perceber a gigantesca distância social” que existe na cor de suas peles.
“Temos que olhar para o lado e perceber que a não existência de um negro na escola do nosso filho não é normal, que não ter um negro no cinema ao nosso lado não é normal, não ter um negro num restaurante não é normal, não ter um negro no ambiente de trabalho não é normal”, escreveu a atriz. “Não percebemos o racismo estrutural que existe em nós.”