Maria desabafa após expulsão do BBB22: “Sempre me menosprezaram”
A cantora foi desclassificada do programa após acertar Natália com um balde durante um Jogo da Discórdia
atualizado
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Maria foi expulsa do BBB22 após infringir uma das regras mais importantes no programa: a de não agressão. A cantora abriu o seu coração durante uma entrevista ao jornal O Globo e desabafou sobre ser rotulada de incapaz e muitos duvidarem de sua capacidade.
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A artista comentou a situação que a tirou da corrida pelo prêmio de R$ 1,5 milhão. “A juventude, o ‘Jogo da Discórdia’. Eu sabia que tinha tendência a me alterar, mas chegar no ponto em que cheguei… Tenho tendência a esconder minhas emoções, estou aprendendo a me soltar e, nesse processo, a gente acaba não ponderando. Sempre fui oito ou oitenta, mas sempre mais oito que oitenta”, explicou.
Maria afirmou que a raiva sentida naquele momento veio de dores que já carregava de fora da casa, que dizem respeito ao estigma enfrentado por ser uma mulher, negra e bissexual.
“Sempre precisei me impor, e a forma como sou interpretada é algo que parte da sociedade, da forma como nos desenham, que é algo estrutural do Brasil, do mercado em que trabalho. Sempre me menosprezaram e duvidaram da minha capacidade. Por ser uma mulher, por ser uma mulher preta também, por ser da favela e por ter a consciência da minha sexualidade e sensualidade”, disse Maria.
A cantora continuou explicando que suas atitudes incomodam. “Tudo choca. O fato de eu demonstrar quem eu sou e ter consciência de não querer me diminuir para caber nos espaços e assim ser aceita. É importante eu não confundir o que eu penso sobre mim com o que pensam de mim para que isso não interfira na minha jornada de autoconhecimento”, afirmou.
Questionada sobre o desentendimento com outra mulher preta, Maria afirmou que não carrega uma culpa.
“Acho que é um assunto muito delicado, que não dá para ser debatido na Internet, numa folha de jornal ou em 15 minutos de um programa de TV. Minha relação com a Natália sempre foi de altos e baixos e muito pelos atravessamentos de cada uma. Reduzir ao fato de serem duas mulheres pretas reduz a nossa luta. É um lugar coletivo, mas individual também. O coletivo de pessoas pretas são várias pessoas diferentes, com opiniões e personalidades. Reduzir as duas personalidades a esse acontecimento invalida a nossa luta”, disse a cantora.
A ex-BBB afirmou que está aberta para conversar com Natália fora da casa. “Quando ela chegar aqui fora e ver as coisas que aconteceram, vai partir dela querer ou não conversar comigo. Se ela quiser uma conversa, vai ter. Estou aberta a qualquer pessoa do programa”, contou.
Durante a entrevista, Maria também revelou que quer ser definida por sua liberdade, intensidade e honestidade com ela mesma. “Se assusta o fato de eu ser como sou, aí eu acho que é mais sobre o Brasil do que sobre mim. O Brasil é muito grande e complexo, sempre vai ter gente para me abraçar e alguém para soltar a minha mão”, explicitou.
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