Marcos Mion revela que sofre preconceito por ter filho com autismo
Apresentador se emocionou ao falar de Romeo, de 14 anos
atualizado
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Assim que compartilhou que seu primogênito, Romeo, tem autismo, Marcos Mion se tornou defensor dos direitos de pessoas com o transtorno. O apresentador se emocionou ao falar sobre o quanto o herdeiro, de 14 anos, mudou sua vida e revelou que, apesar de receber diversas mensagens de apoio dos fãs, a família toda sofre descriminação.
“Minha condição de artista e pessoa pública blindou muito minha família de preconceito explícito. Mas não impediu cem por cento, porque sim, sofremos em diversas situações. Agora, preconceito velado, aquele olhar de desprezo, atravessado, às vezes de nojo, nossa… Isso já aconteceu milhares de vezes”, declarou à colunista Fábia Oliveira, do jornal O Dia.
Segundo ele, o motivo dos olhares tortos é a ignorância. “Existe muito preconceito. Pela falta de informação e porque o autismo não é uma deficiência visível. Pode parecer que a pessoa está querendo se passar por deficiente para se beneficiar de algum direito, afinal autismo não tem cara! Não é óbvio que a pessoa é”, ponderou.
Mion tornou pública a condição do filho há cinco anos. Na entrevista, ele justificou o motivo da demora. “Eu sabia que minha vida iria se transformar e eu queria estar pronto para isso. Preparado para ajudar as milhares de pessoas que me procuram. Tinha que ter mais experiência, preparo e conhecimento, pois sabia que representaria uma comunidade gigante e queria honrar o trabalho de conscientização que já foi feito antes de mim. E, claro, porque se trata de outra pessoa, meu filho, então tínhamos que ter tudo seguro e preparado para ele não sofrer”, revelou.
Ele se emocionou ao relembrar o momento em que recebeu o diagnóstico de Romeo: “Agora está claro qual é a minha missão! Sou guardião de um anjo de Deus na Terra. Sou um escolhido. Que honra sem fim.”
O apresentador é um paizão. Ele já escreveu dois livros sobre os filhos (além de Romeo, ele é pai de Donatella, de 10 anos, e Stefano, de 9) e luta incessantemente pelos direitos das pessoas com autismo. No mês passado, ele se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro para pedir apoio à lei que inclui dados relacionados ao transtorno no Censo 2020.
“Tive a oportunidade de falar com o atual presidente da República porque fui convocado. E, estivesse o poder de sancionar a lei nas mãos de quem fosse, lá estaria eu. Fui com um papel social de representatividade, estava ali em nome de toda a comunidade autista, e me mantive fiel a essa enorme responsabilidade. Tivemos uma importante vitória, mas há ainda muito mais a se conquistar para tirar os autistas da invisibilidade”, concluiu.