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Mãe de Rian Brito diz que filho tomava chá do Santo Daime em seita no Rio há mais de um ano

Fundadora da seita Porta do Sol no Rio de Janeiro é a atriz Leona Cavalli. Mãe de Rian, a também atriz Brita Brazil, diz que filho mudou o comportamento desde que começou a ir a encontros

atualizado

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Rian Brito Brita Brazil
1 de 1 Rian Brito Brita Brazil - Foto: Reprodução do Facebook

A morte de Rian Brito, neto de Chico Anysio, encontrado morto por afogamento em uma praia do Rio na última quinta-feira (8/3), ainda segue um mistério. Mas nesta terça-feira (8/3) ganhou um capítulo que beira o bizarro. A mãe do jovem, a atriz Brita Brazil, afirma, em uma carta enviada ao jornal Extra, que o filho fazia parte da seita Porta do Sol e costumava tomar chá da erva alucinógena Ayahuasca, oferecido nos encontros.

A fundadora da seita no Rio é a atriz Leona Cavalli – a carta publicada é endereçada à atriz, mas Brita afirma que seu Facebook está desativado. No fim de semana, Brita chegou a citar Leona em seu perfil na rede social e a atriz respondeu dizendo que não tinha nada a ver com o sumiço de Rian e que esteve com ele apenas uma vez, em 2014, inclusive com Brita.

Brita não ficou muito feliz com o posicionamento de Leona. Na carta, ela afirma que o filho frequentava os encontros há mais de um ano, por convite de um amigo, e que desde então mudou de comportamento. Largou a música, passou a ter “mania de jejum e de meditação” e ficou mais introspectivo.

Ele perdeu o sentido de tempo, grana, de absolutamente tudo.

Brita Brazil

Ainda na carta, Brita diz que chegou a ir a um dos encontros da Porta do Sol com o filho para, segundo ela, tentar entender o comportamento de Rian. Ela conta que pagou R$ 120 e assinou um termo de ciência sobre os efeitos da substância em quem faz uso de remédios controlados – que nem ela e nem Rian usavam. “O Rian mal conseguia andar, e não falava coisa com coisa”, diz.

Ao Extra, Leona disse que a acusação é “um absurdo” e que o ritual com a bebida é regularizado pelo Congresso Nacional Antidrogas. “Isso que ela está falando, ela está falando por uma visão dela. Eu sinto muito realmente, fico muito tocada com a dor dela. Preferia não ter que fazer isso. Mas, chegou num ponto absurdo, e eu vou ter que tomar medidas jurídicas e criminais”.
Confira trechos da carta de Brita ao jornal. A íntegra pode ser conferida aqui.

“Quero deixar bem claro q não quero processar a Igreja PORTA DO SOL, a Leona Cavalli, ou a nenhuma outra IGREJA q usa este chá. A vida de meu filho foi levada, a minha também pois será impossível viver sem a nossa convivência de paz, ternura, ideias, harmonia, companheirismo, e a musica, q fazíamos todos os dias. Então porque quero denunciar isto? Foi uma promessa q fiz numa das 55 subidas de joelho nos 365 degraus da N. S. da Penha (sendo 33 dias consecutivos) pedindo a ela, alem da cura de meu filho, e que vou subir uma vez por mês pelo resto de minha vida, para que ela afastasse os que NAO PODEM beber este chá, q só saberá depois de bebê-lo, pois é uma roleta russa. Meu pedido a ela, de joelhos é que ninguém, nenhuma mãe, irma, esposa ou filha passe pelo sofrimento q passamos.”

“Nem eu, nem RIAN te conhecemos. O que queria fazer repetindo seu nome e te convidando pra primeira fila do crematório do meu filho, era pra q vc tomasse consciência do estrago q o chá de Ayhuasca pode gerar, e uma família, era pra vc sentir por uma hora na pele, o que sentirei pra toda curta vida q me resta. E, principalmente, q parasse não so vc como todas as Igrejas do Brasil a fornecer esta química para as pessoas. Muitas pessoas podem ser alergias, incompatíveis quimicamente e disparar algo terrível em suas mentes, pro resto de suas vidas.”

“Mas com o convite de um grande amigo de infância, foram ao tal chá e RIAN começou a ficar sério, diferente, largou a música coisa q fazia umas 13 horas por dia, perdeu o humor, e começou a ficar numa desenfreada mania de jejum e meditação. Sua aparencia mudou totalmente. Seu jeito também. Mas nunca na vida ficou agressivo, ficou muito mais introspectivo.

“Eu reclamava, mas ele se mostrava seguro do que estava vivenciando. Mas eu como mãe não me conformava. Cadê meu Rian? Por ter morado sozinha com ele desde seus 3 anos, e sem empregada, (o q faz com q vc conheça mais seu filho), cozinhava todas as refeições pra nós,, até q ele mesmo tornou-se um exímio cozinheiro por conta própria, como tudo q faz, ele faz bem. Até q dia 14 de dezembro resolvi ir a este evento do chá, pois pensei comigo, “cade meu amigo Rian que está se afastando, ficando abstrato? Só podia vir de la esta transformação”.

“Para entar na cerimonia do maldito chá, tem q ser levado por uma pessoa q se chama “padrinho(a)” . O amigo, não foi desta vez, tinha viajado..Uma moça jovem era foi madrinha do RIAN, e sua mãe, q nos deu carona, era minha madrinha. desta primeira e única vez q fui para observar o q se passava la dentro, Ambas moram na minha rua, são de uma classe alta., residem num casarão. No caminho, a mãe me disse q “vc não pode ver a reunião, pra participar tem q pagar 120 reais por pessoa, tomar o chá e ficar com os olhos fechados pra entrar em alfa” (??!?!?)”

“Certamente teve uma recaída no dia 23, de fevereiro, quando fez como em uma das suas diversas fugidas pro mato, durante o período de um ano, pra falar com Deus, coisa q trouxe do chá e que virou uma ano de obsessão, como se diz um delírio espiritual. Cada um fica em “ALFA” de um jeito, o dele foi espiritual. Estava certamente de jejum, imagino, andou 20 quilômetros pra chegar naquela praia e deu um mergulho no buraco do mar, que pensava ser como a de São Conrado e correnteza o levou. Tenho certeza q com 500 reais no bolso, e o compromisso da nossa estreia, ele ia passar 2 dias e voltaria. Todas as vezes q sumiu, voltou.”

“Morri dia 3 de março de 2016. O que ficou foi uma mãe, tentando alertar a todas as outras, e a todos jovens que não tomem isto,, pelo amor de Deus,. Cuidado com o Ayhuasca, Santo Daime, ou como queiram chamar. Erva indígena, deixa pro indígena. É isso, Leona Cavalli. É o fim de uma vida, duas vidas.”

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