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Luciana Gimenez desabafa sobre câncer de mama da mãe: “Grande espiral”

A atriz Vera Gimenez, mãe de Luciana, foi diagnosticada com a doença em 1994 e venceu a batalha contra o tumor

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Luciana Gimenez e a mãe, Vera Gimenez, se abrançando e sorrindo para uma selfie - Metrópoles
1 de 1 Luciana Gimenez e a mãe, Vera Gimenez, se abrançando e sorrindo para uma selfie - Metrópoles - Foto: Divulgação

No mês que marca o outubro rosa, campanha de conscientização cujo objetivo é alertar as pessoas sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, a apresentadora Luciana Gimenez desabafou sobre sua experiência com a doença.

Sua mãe, Vera Gimenez, foi diagnosticada com a doença em 1994 e venceu a batalha contra o tumor.

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Wellington Marques/Divulgação RedeTV!

Em texto escrito por Luciana e enviado ao Metrópoles, a apresentadora desabafa sobre o diagnóstico da mãe. De acordo com a apresentadora, a doença da atriz “mudou sua vida” quando o assunto é a prevenção contra o câncer de mama.

“Um dia recebo a notícia que minha mãe está com câncer de mama. Ela estava trabalhando, ativa, vivendo sua vida. Imagino que, para ela tenha sido um baque, mas para mim foi como um grande espiral. Meu mundo parou e começou a sacudir como um liquidificador. Tudo passa pela sua cabeça; por mais que você queira ser positiva, é difícil. Não sabia o que fazer. Minha mãe tentava se manter forte e eu fingia ser forte por ela, mas lidar com a sensação de finitude me destroçava por dentro”, diz um trecho do texto.

Leia o depoimento completo da apresentadora:

Sempre admirei minha mãe, Vera Gimenez. Até por isso sempre fugi de ter a mesma profissão que ela. Tinha medo das comparações, de não ser reconhecida como ela foi, de nunca deixar de ser a filha da Vera Gimenez.

Fui morar fora, conquistar meu próprio lugar ao sol. Lembro como se fosse hoje de minha mãe me arrumando e me “empacotando” de roupas em minha primeira ida à Paris para trabalhar. Sabia que ela não queria, sabia que ela tinha medo por mim. Naquela época, ela já entendia o quanto o mundo era cruel com nós, mulheres.

A gente, infelizmente, só valoriza 100% o amor de mãe e sabe o quanto elas são zelosas quando estamos longe, carentes, doentes e sem ninguém para cuidar, ou quando vem aquela saudade aguda de colo.

Um dia recebo a notícia que minha mãe está com câncer de mama. Ela estava trabalhando, ativa, vivendo sua vida. Imagino que, para ela tenha sido um baque, mas para mim foi como um grande espiral. Meu mundo parou e começou a sacudir como um liquidificador. Tudo passa pela sua cabeça; por mais que você queira ser positiva, é difícil. Não sabia o que fazer. Minha mãe tentava se manter forte e eu fingia ser forte por ela, mas lidar com a sensação de finitude me destroçava por dentro.

O câncer de mama, e os cânceres em geral, afetam grandemente quem os tem, mas desestrutura toda uma família.
Eu, como mulher, passei a me questionar se era hereditário, se eu também, num futuro, teria a mesma doença.
Enquanto cuidávamos da minha mãe, comecei a fazer todo o tipo de exame. Eu estava em pânico.

Por mais que tente, nunca vou poder descrever o que se passou dentro da minha mãe, mas posso dizer que o câncer dela mudou minha vida. Todo ano eu me cuido, faço mamografia, exame de toque, porque é um medo que sempre me ronda. Tenho medo por mim e por meus filhos. Não quero que eles passem pelo dor que passei de ver um médico na minha frente e dizendo que eu tinha que decidir ali, naquele momento, se autorizava fazer a retirada total da mama da minha mãe ou não. Não me sentia pronta para tomar aquela decisão, não era algo que eu deveria decidir.

O câncer atinge em cheio todos ao redor e, por mais que eu quisesse que minha mãe fosse forte e lutasse, como ela tem feito, nunca tive coragem de pedir para que ela tivesse essa força, porque eu não conseguia ter.

Sofri para dentro, decidi as coisas sem estruturas para decidir, mas fiz porque queria salvar a minha mãe, queria ela comigo e seria capaz de qualquer coisa por ela.

Esse depoimento é para falar que nem sempre tudo será fácil, nem seremos fortes ou vamos saber passar por toda essa situação.

Não existe uma fórmula ou um jeito de passar por todo o processo sem lágrimas, medos e incertezas. E está tudo bem.

A única coisa que posso dizer é que o amor cresce, assim como a sentimento de urgência, de desfrutar ainda mais da presença daquela pessoa.

Amor próprio também vem em forma de autocuidado. Então se cuidem, conheçam seus corpos, desfrutem da companhia de quem você ama, porque a único fato concreto é que temos o hoje, o momento que podemos viver e aproveitar com quem amamos.

O toque salva, o amor conforta e a informação previne.

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