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Jornalista da Globo revela assédios que sofreu na profissão

Apresentadora do É de Casa, Maria Cândida fez diversas revelações sobre assédio e desmoralização que sofreu ao longo da carreira

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A jornalista Maria Cândida, uma das apresentadoras do programa É de Casa, da TV Globo, aproveitou o Dia Internacional da Mulher para fazer uma série de desabafos. Em uma publicação na qual posa nua, ela fala sobre liberdade e relembra diferentes tipos de assédio que sofreu ao longo da carreira. 

“Nua, livre, abusada. Nunca mais. Liberdade é o valor mais importante da minha vida. Não existe possibilidade de me convencerem (sim, fui convencida no passado), de que ‘meu tempo já tinha passado'”, começou a apresentadora. 

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A jornalista Maria Cândida há 13 anos e atualmente - Metrópoles
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Maria Cândida tem 51 anos

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Ela disse ainda que diversos homens a “interceptaram” durante a vida. “No trabalho: em uma empresa, fui mandada embora e nem preciso explicar, vocês já sabem… Em outra, me tiraram da reportagem… Em outra, tentaram subornar meu cinegrafista com uma caixa de uísque para que não me apoiasse… No início de carreira, vários pegavam na minha bochecha como ‘professores’ e falavam: ‘Você dará uma ótima apresentadora… Tão linda’. Boneca e burra.”

Maria Cândia lembrou que teve trabalhos criticados e fitas de reportagens jogadas no chão. Mas que, logo depois, recebia convites para jantar para ser “ensinada” sobre a melhor forma de fazer o trabalho. “Eu me esquivava, ia para o banheiro e chorava. Segurava, recompunha e seguia”, afirmou. 

A profissional pontuou ainda que viveu muitas emoções durante a longa carreira na área. “Em 30 anos de jornalismo, persistência e raiva (preciso ser honesta)… Chego aqui orgulhosa de seguir bravamente e me tornar a profissional e a mulher que me tornei aos 52 anos. O que passei? Abuso moral, psicológico e até patrimonial. História de muitas de vocês aqui”, disse ainda. 

Para encerrar, ela pontuou que vai seguir falando o que pensa e que tem uma força interna formada “de convicção e também da revolta”. Além disso, lembrou que muitas mulheres foram vítimas do machismo e que elas estão se superando e criando redes de apoio. 

Confira o desabafo de Maria Cândida na íntegra:

“Nua, livre, abusada. Nunca mais. Liberdade é o valor mais importante da minha vida. Não existe possibilidade de me convencerem (sim, fui convencida no passado), de que ‘meu tempo já tinha passado’…
Homens de diferentes universos me interceptaram.

No trabalho: em uma empresa, fui mandada embora e nem preciso explicar, vocês já sabem… em outra, me tiraram da reportagem… Em outra, tentaram subornar meu cinegrafista com uma caixa de uísque para que não me apoiasse… No início de carreira, vários pegavam na minha bochecha como ‘professores’ e falavam: ‘você dará uma ótima apresentadora… tão linda’. Boneca e burra. Alguns jogaram fitas de reportagem minhas no chão, na redação, e diziam que meu trabalho estava uma m*rda. Depois me convidavam para jantar para me ‘ensinarem’. Eu me esquivava, ia para o banheiro e chorava. Segurava, recompunha e seguia.

Em 30 anos de jornalismo, persistência e raiva (preciso ser honesta)… chego aqui orgulhosa de seguir bravamente e me tornar a profissional e a mulher que me tornei aos 52 anos. O que passei? Abuso moral, psicológico e até patrimonial. História de muitas de vocês aqui.

Hoje, mais um Dia Internacional da Mulher. Continuo e continuarei falando. Nunca vou parar. Pago minhas contas. Me reinventei profissionalmente e a internet me trouxe a possibilidade de ser livre. O dinheiro não vem mais de um lugar só. Aprendi a ser empreendedora do meu próprio negócio. E sei que ainda vem muito mais.A força dentro de mim vem da convicção e também da revolta. Muitas mulheres caíram nesses abusos comuns no passado. Vítimas do machismo, que mata.

Estamos nos superando, criando redes de apoio, capacitação e aprendizado. Estamos contratando outras mulheres.

Enfim, parabéns Mulherada, Lobas, cheia de orgulho de todas nós!!!”

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