Jennifer Lawrence fala sobre vazamento de fotos: “estupro coletivo”
Três anos após o ocorrido, a atriz conta que ainda está tentando processar o que aconteceu e se curar de uma violação tão grande
atualizado
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Em 2014, após uma falha no sistema de armazenamento iCloud, começou um verdadeiro pesadelo na vida de Jennifer Lawrence: fotos íntimas da atriz e de várias celebridades foram roubadas e divulgadas por um grupo de hackers. Agora, três anos depois do vazamento, Jennifer contou, em entrevista à revista Hollywood Reporter, que ainda está “processando” o acontecido.
“Foi incrivelmente violador, não consigo nem colocar em palavras. Na época, minha segurança me procurou assim que descobriram o vazamento. Os hackers soltavam as imagens de minuto a minuto — quase como uma situação de sequestradores liberando reféns. Me senti estuprada coletivamente por todo mundo. Qualquer pessoa, em qualquer país, é capaz de ver fotos íntimas minhas. Você pode estar em um churrasco e alguém as mostra em um celular. É algo realmente impossível de se processar”, afirmou a atriz.
Na reportagem, ela contou que não houve nenhum tipo de justiça para as vítimas. Algumas se uniram e processaram a Apple, mas a atriz não entrou na ação coletiva porque o resultado não ia lhe trazer paz. “Nada daquilo devolveria o meu corpo a mim e ao Nicholas Hoult (seu namorado na época e o destinatário das imagens). Eu não estava interessada em ganhar nos tribunais, estava interessada em me curar”, contou.
O primeiro passo para o renascimento foi participar do filme “Red Sparrow”, lançado este ano. O longa, dirigido por Francis Lawrence, tem cenas bem sexuais. Segundo Jennifer, ela ficou bastante assustada, principalmente após o vazamento, e teve dificuldade de participar de qualquer projeto que a expusesse. Mas acabou aceitando o convite. “Ao fazer esse projeto, senti como se estivesse recebendo de volta algo tirado de mim”, lembra.Três meses após a divulgação das imagens íntimas da atriz, outra falha de segurança afetou Jennifer: hackers, supostamente norte-coreanos, divulgaram informações da Sony. Entre os documentos, estava um e-mail provando que ela tinha recebido menos para estrelar “Trapaça” do que seus três co-protagonistas masculinos. Na ocasião, ela se pronunciou sobre a diferença de pagamento entre homens e mulheres.
Caso Weinstein
Jennifer se posicionou também sobre as diversas acusações de assédio sexual por parte de Harvey Weinstein. O produtor foi o responsável por “O Lado Bom da Vida” — filme que lhe garantiu o único Oscar de sua carreira. A atriz explicou que já tinha escutado boatos sobre o executivo, mas sempre viveu uma relação quase paternal com ele.
“Ele nunca foi inapropriado comigo. Tínhamos uma boa relação, o chamava de ‘idiota’ quando ele merecia e, às vezes, usava também a expressão ‘monstro sádico’ — mas não tinha natureza sexual. Fiquei chocada. Já fui objetificada, em mais de um trabalho não recebi a remuneração igualitária e um hacker já violou a minha privacidade, mas nunca nenhum homem usou seu poder para abusar sexualmente de mim”.