Gusttavo Lima movimentou mais de R$ 31 mi com empresas investigadas
Gusttavo Lima recebeu valores milionários por meio de suas empresas de investigados na Operação Integration, que prendeu Deolane Bezerra
atualizado
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O cantor Gusttavo Lima teria movimentado mais de R$ 31 milhões em empresas investigadas pela Polícia Civil de Pernambuco na operação Integration, que visa desmantelar esquema de lavagem de dinheiro e jogo ilegal e já prendeu Deolane Bezerra e sua mãe, Solange Bezerra.
O documento, assinado pela juíza Andréa Calado da Cruz ao qual o Metrópoles teve acesso, aponta que Nivaldo Batista Lima — nome verdadeiro do cantor Gusttavo Lima — teria recebido o valor por meio de suas empresas, a Balada Eventos e a GSA Empreendimentos.
Entre 1º de janeiro de 2023 e 31 de dezembro de 2023, a Zelu Brasil Facilitadora de Pagamento e Pix 365 Soluções Tecnológicas, ambas empresas investigadas, “remeteram à GSA, respectivamente, R$ 5.750.000,00 em 14 PIXs e R$ 200.000,00 em um Pix”.
“Na mesma comunicação, a GSA remeteu para Nivaldo Batista Lima [o valor de] R$ 1.350.000,00 em cinco TEDs”, completa o documento.
Quanto a Balada Eventos, o documento alega que a empresa recebeu da Vai de Bet o valor de “R$ 5.750.000,00 à GSA, por meio da Zelu Brasil facilitadora de pagamento, além de ter enviado R$ 200.000,00 diretamente à GSA”.
“Registre-se que na comunicação do RIF [Relatórios de Inteligência Financeira] em comento, discrimina-se o envio de recursos de R$ 18.727.813,40 de crédito à empresa GSA durante todo ano de 2023, dos quais R$ 5.950.000,00 foram oriundos de duas empresas investigadas nos autos do presente inquérito policial, o que representa 31,77% de toda movimentação a crédito, e deste montante, R$ 1.350.000,00 foi transferido da GSA à conta pessoa física de Nivaldo Batista Lima”, finaliza.
Prisão de Gusttavo Lima
A Justiça de Pernambuco decretou, na tarde dessa segunda-feira (23/9), a prisão de Gusttavo Lima. O cantor está envolvido na mesma investigação que levou Deolane Bezerra e sua mãe, Solange Bezerra, à penitenciária. Segundo a magistrada responsável pelo caso, Gusttavo Lima teria ajudado dois suspeitos a deixar o Brasil.
O mandado de prisão preventiva foi expedido pela juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife. A decisão foi tomada em meio à Operação Integrations, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro.
No documento, a juíza alega que o cantor teria protegido investigados na operação.
“É imperioso destacar que Nivaldo Batista Lima [nome verdadeiro de Gusttavo Lima], ao dar guarida a foragidos, demonstra uma alarmante falta de consideração pela Justiça. Sua intensa relação financeira com esses indivíduos, que inclui movimentações suspeitas, levanta sérias questões sobre sua própria participação em atividades criminosas. A conexão de sua empresa com a rede de lavagem de dinheiro sugere um comprometimento que não pode ser ignorado”, escreveu a juíza.
A magistrada citou a viagem de Gusttavo Lima à Grécia, onde apareceu em fotos com os investigados. Além disso, a aeronave que transportou o cantor poderia ter deixado os dois suspeitos no exterior.
“Na ida, a aeronave transportou Nivaldo Lima e o casal de investigados, seguindo o trajeto Goiânia – Atenas – Kavala. No retorno, o percurso foi Kavala – Atenas – Ilhas Canárias – Goiânia, o que sugere que José André e Aislla possam ter desembarcado na Grécia ou nas Ilhas Canárias, na Espanha. Esses indícios reforçam a gravidade da situação e a necessidade de uma investigação minuciosa, evidenciando que a conivência de Nivaldo Batista Lima com foragidos não apenas compromete a integridade do sistema judicial, mas também perpetua a impunidade em um contexto de grave criminalidade”, revela o texto.
O que diz a defesa de Gusttavo Lima?
Em nota, a defesa de Gusttavo Lima afirma que a decisão é injusta e sem fundamentos legais. Veja a íntegra:
A defesa do cantor Gusttavo Lima recebeu na tarde desta segunda-feira (23/09), por meio da mídia, a decisão da Juíza Dra. Andréa Calado da Cruz da 12ª Vara Criminal de Recife/PE que decretou a prisão preventiva do cantor e de outras pessoas e esclarece que as medidas cabíveis já estão sendo adotadas.
Ressaltamos que é uma decisão totalmente contrária aos fatos já esclarecidos pela defesa do cantor e que não serão medidos esforços para combater juridicamente uma decisão injusta e sem fundamentos legais.
A inocência do artista será devidamente demonstrada, pois acreditamos na Justiça brasileira. O cantor Gusttavo Lima jamais seria conivente com qualquer fato contrário ao ordenamento de nosso país e não há qualquer envolvimento dele ou de suas empresas com o objeto da operação deflagrada pela polícia pernambucana.
Por fim, esclarecemos que os autos tramitam em segredo de Justiça e que qualquer violação ao referido instituto será objeto e reparação e responsabilização aos infratores.