“Filho” de Regina Casé, Feyjão foi office boy e hoje canta com famosos
Feyjão começou a tocar música muito cedo, mas precisou ganhar dinheiro como trocador de van e office boy antes de estourar na música
atualizado
Compartilhar notícia
Imagine trabalhar como office boy e trocador de van no Rio de Janeiro e, anos depois, dividir o microfone com Gilberto Gil e Caetano Veloso. Essa é a história de Vinícius, “filho” de Regina Casé e mais conhecido como Feyjão, que mudou a sua vida por meio da música e passou a se apresentar em diversas festas de famosos, como Tatá Werneck e Preta Gil.
A trajetória do Feyjão, natural de Campo Grande, no Rio de Janeiro, segundo ele mesmo, foi uma “loucura”. Ao mesmo tempo em que trabalhava, estudava pedagogia e se apresentava na extinta casa de shows West Show. A faculdade serviu como a porta de entrada para a música. Mas, antes disso, também passou pelo Exército.
“Era uma loucura, eu estava cheio de vale-transporte da galera do trabalho na mochila e as pessoas querendo tirar foto no calçadão e eu com medo de ser assaltado, foi terrível”, contou ele ao Metrópoles, fazendo referência aos shows que fazia em seu bairro no começo da carreira.
A caminhada na música chegou a Feyjão por meio de alguns projetos sociais voltados ao mundo do samba. Como aprendeu a tocar cavaquinho ainda na escola, o artista aproveitou para participar desses eventos e, assim, conheceu Mumuzinho.
“Em um encontro regional desse projeto, a gente se conheceu, ficamos muito amigos”, explicou. Por meio dessa amizade, cantou no casamento do Douglas Silva. Essa conexão ajudou Feyjão em seu projeto na faculdade.
“No momento que estava me formando em pedagogia, criei um projeto para a minha monografia que se chamava EducaSamba, um musical teatral para crianças em escolas públicas sobre a história do surgimento do sambas e dos carnavais”, declarou ele, explicando que DG topou na hora.
Relação com Regina Casé
Quando DG e Feyjão foram atrás de patrocínios e ajuda para o projeto, o eterno Dadinho sugeriu o nome de Regina Casé. A atriz e apresentadora topou e, partir desse primeiro contato, surgiu uma relação de profunda amizade. Além da atriz, o cantor conheceu a filha dela, Benedita, e seu genro, João Pedro Januário.
“A gente inventou uma festa em paralelo a isso, que se chamava AUÊ. Eu acabei indo para casa deles direto para fazer reuniões, que acabavam tarde. A Regina não deixava eu pegar o carro para atravessar o Rio de Janeiro e voltar a Campo Grande. Ela mandava eu dormir na casa dela sempre que ficava tarde e eu acabei ganhando um quarto lá”, declarou.
Entretanto, ele perdeu o cômodo com outra presença ilustre da família. “Eu perdi para para o Brás (neto da Regina Casé e filha da Benedita), quando ele nasceu”, brincou. Entretanto, a forte amizade foi o suficiente para que Feyjão começasse a frequentar diversos locais com Regina e ter acesso a pessoas “inalcançáveis para ele”
“Tipo Caetano Veloso, que começou a me chamar pelo nome, me abraçar e me reconhecer como músico, Gilberto Gil e toda essa turma do altíssimo escalão da música. Por ali fiquei, nos braços dessa turma e com Regina sendo minha mãe emprestada”, completou.
A carreira musical
Feyjão, ao olhar para toda a trajetória, acha graça do “corre” que foi viver de música. O cantor brinca que enquanto acumulava profissões para se manter e realizar o sonho vivia com “sono”
“A gente consegue enxergar nitidamente que há um progresso e, quando há um progresso, a gente entende que está no caminho certo. Por mais que os passos sejam lentos, são passos progressivos, então fico muito feliz. É muito gratificante olhar para trás e entender que eu avancei e cheguei a um lugar que nem eu imaginava chegar”, declarou.
Álbum de Feyjão
Na última semana, Vinícius Feyjão lançou o primeiro single de seu novo álbum, Gafe: “Que as pessoas encham seus corações de alegria com minhas músicas, tanto com essa, quanto com as outras que estão por vir”.
O que mais o novo álbum pode trazer? “Esse disco reflete a coisa mais legal que fiz na minha vida, que foram as minhas relações”, antecipa.