Fani Pacheco é obrigada a mudar de hábitos e emagrece 15 quilos
A modelo plus size também falou sobre crises de pânico e depressão
atualizado
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Fani Pacheco é modelo plus-size e inspira muitas mulheres que não se encaixam nos padrões a elevarem a autoestima e se valorizarem como são. Recentemente, porém, a apresentadora e youtuber tem emagrecido, causando polêmicas entre os seguidores. O motivo, ela garante, não é estético: durante uma visita de rotina à nutróloga, foi diagnosticada com resistência insulínica e orientada a emagrecer caso não queira tornar-se diabética.
“Amo doce, não quero passar o resto da minha vida sem poder comer. Amo carboidrato. Prefiro sofrer um pouco mais cedo do que sofrer a vida inteira”, afirmou em entrevista à revista QUEM. Desde janeiro, a ex-BBB7 emagreceu 15 quilos — além de tomar medicação, ela voltou a fazer exercícios físicos e controlar a alimentação. Mas garantiu que sua dieta é flexível — 90% saudável e 10% besteiras.
Sobre as concessões em seu plano alimentar, Fani afirmou que a nutróloga Petra Pilotto “sabe como eu sou, também não adianta forçar demais”. A modelo garantiu que as taxas melhoraram, mas ainda não normalizaram, e que pretende atingir 65 quilos.
Dentre surfe, jiu-jitsu, musculação, corrida e spinning, quando era mais jovem Fani nunca pensou que teria problemas de saúde, pois praticava muita atividade física. “Era aquela que malhava bastante porque gostava e queria comer”, disse a estudante de medicina, que malha desde os 14 anos. “Podia comer que não engordava”, disse, mas as coisas complicaram após a morte da mãe, em 2014. Ela mergulhou no trabalho, mas começou a ter crises de pânico. “Começava a chorar do nada. Até que ficou insuportável ir trabalhar e sair na rua”.
Ela também começou a engordar. Tentava controlar a alimentação durante a semana e continuava fazendo muitos exercícios físicos, mas nos finais de semana descontrolava a alimentação e colocava tudo a perder. “Eu ficava numa frustração porque isso nunca tinha acontecido comigo”, disse. “Malhava, fazia dieta e engordava mais. Emagrecia e depois engordava mais do que tinha emagrecido”, confessou.Diante de tamanha dificuldade, optou por ir ao psicólogo e ao psiquiatra, foi então que descobriu: estava com compulsão alimentar, devido à depressão pós-luto da mãe. “Larguei tudo de mão e comecei a comer, até porque a minha vontade era morrer”, disse a apresentadora. “Falei: ‘cara, não tem jeito, esse é meu momento. Não quero malhar, não quero fazer dieta, quero comer o que eu gosto. Senão, eu vou morrer. Não sei o que vai acontecer, uma hora vejo’”, disse a modelo, que nesse momento abriu mão de tentar controlar o peso.
Fani disse que a morte da mãe a abalou profundamente, pois ela “era minha razão de vida”. A mãe tinha esquizofrenia e quando ficou grávida o médico sugeriu que abortasse, pois os remédios que tomava poderiam causar anomalias genéticas e deformidades no feto. Em vez de abortar, a mãe decidiu dar seguimento à gravidez, mas só parou de tomar os remédios com seis meses de gestação, seguia fumando e não fez pré-natal.
“Quando penso nessa história, falo assim: ‘eu tinha que sobreviver’. Às vezes, estou meio deprê e penso que tive tudo para morrer e não morri”. Segundo Fani, sua vida sempre foi voltada a ajudar a mãe diante das crises causadas pela esquizofrenia. Quando ela faleceu, a filha percebeu que tudo que fazia “era por ela”. “Eu não queria fazer mais nada por mim, como se por mim não importasse”, explicou. “Quando parei de cuidar [dela], parece que a minha vida perdeu a importância”.
Após engordar 15 quilos, a ex-BBB começou a receber comentários desagradáveis nas redes sociais. Mas isso não a incomodava tanto quanto o fato de que passou a receber um cachê muito mais baixo pelos seus trabalhos. “Só porque engordei o meu nome deixou de valer?”, ela se indagou. A revolta a fez questionar os padrões impostos aos corpos das mulheres. “Isso me ajudou muito. Comecei a gravar uns vídeos mostrando que não entrava na calça jeans. Brincava com a situação de estar gorda”, disse. Atualmente, Fani é youtuber e fala sobre distúrbios alimentares, depressão e aceitação.
“Comecei a recuperar minha legitimidade, vi um propósito para mim de novo”, ela disse. Segundo Fani, via que estava ajudando as pessoas e pretendia continuar com o canal. Apesar de estar emagrecendo, ela continuou defendendo suas convicções sobre o peso e o valor da mulher. “O fato de eu ter engordado me ensinou que eu era muito bonita com 65 quilos, com 75 e fiquei muito bonita com 85. São tipos de beleza diferentes. Independente de qualquer padrão, a primeira coisa para alguém se achar bonito é se autoconhecer e ter amor próprio, que é algo muito difícil e doloroso”, defendeu.