Ex-panicat processa a Band e revela humilhações sofridas no Pânico
Carol Dias declara ter sofrido assédio moral enquanto trabalhava no programa. Ela diz também ter desenvolvido doenças psicológicas
atualizado
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Encerrado em dezembro de 2017, o Pânico na Band era um dos programas de maior audiência da emissora. Contudo, as brincadeiras encenadas ao longo das edições podem esconder fundos falsos carregados de humilhação. Pelo menos é o que revelou a ex-panicat Carol Dias ao jornalista Gabriel Cartolano, do Fofocalizando.
Nesta terça-feira (26/3), o vespertino do SBT exibiu uma entrevista exclusiva com Carol, que entrou com um processo judicial contra a Band após se recuperar de traumas psicológicos. A ex-dançarina compôs o elenco do Pânico por cinco anos, e, conforme desabafou a Cartolano, pedia que a direção revisasse o comportamento de sua personagem, que se envolvia em várias situações embaraçosas.
Nenhum pedido foi atendido, e vários episódios de humilhação se seguiram a partir daí, segundo Carol. “O que as pessoas viram na TV, achavam que era armado, mas não, a gente tinha que fazer”, contou. Carol disse que, uma vez, em conversa com uma participante, foi questionada se namorava. Após Carol negar, o diretor da atração teria dito: “Ela não namora, tem clientes”, dando a entender que a mulher era garota de programa.
No processo, Carol ainda relata outro episódio: “Na época eu estava mais ‘cheinha’ e tive que escutar, de uma mulher – diretora na época -, no meio do palco: ‘Cartão vermelho pra você. Você está gorda, cheia de celulite, vai ser mandada embora’. Eu chorei. Isso me marcou muito e tive anorexia logo na sequência”.
Outro caso marcante ocorreu com a mesma diretora, que teria dito a Carol: “Me dá o seu maiô no fim do programa que o [outro] diretor pediu”. Apesar disso, Carol explicou a Cartolano que o diretor era “educado e resguardado”, portanto não acreditava que o profissional guardaria a peça para si, como esbravejava a diretora.
A ex-panicat afirmou ter desenvolvido várias doenças psicológicas, como depressão, ao longo dos cinco anos em que esteve no Pânico. Não denunciou os abusos antes porque estava se tratando com remédios até mesmo de tarja preta. “Não vai ser um processo fácil, vai demorar e vai assustar um pouco a Band”, garantiu.
Na ação, conforme Leo Dias — principal comunicador do Fofocalizando –, Carol pede R$ 300 mil inicialmente. O processo corre em segredo de justiça e vários integrantes do Pânico deverão comparecer a uma audiência em São Paulo, em 10 de abril.
No bate-papo, Carol ainda expôs o circo de humilhações do programa contra outras ex-panicats. Às garotas, ela aconselhou fazer o mesmo que ela. Por fim, pediu: “Não faça com sua colega de trabalho, com sua namorada, o que você faria com sua filha, irmã. Pense muito bem, porque pode criar um trauma numa pessoa que ela nunca mais vai conseguir se recuperar”.