1 de 1 Elza soares Rest in Power_ Paolo Giron
- Foto: Paolo Giron/Divulgação
Em 2023, Elza Soares completaria 70 anos de carreira. A artista, que morreu há um ano, irá ganhar uma série de homenagens póstumas ao longo dos próximos meses. O projeto Elza 70 prevê um álbum com canções inéditas, turnê em tributo à artista, documentário e o lançamento do DVD ao vivo no Theatro Municipal de São Paulo, gravado dois dias antes da morte.
Em entrevista ao UOL Splash, o empresário de Elza, Pedro Loureiro, falou sobre as homenagens e sobre a falta que a cantora faz: “A falta do corpo físico é algo que eu não sei explicar. A falta do abraço, do cuidado. Eu tive o privilégio de ter uma figura como Elza me ligando ou mandando mensagem perguntando se eu tinha tomado água. Esse cotidiano me faz muita falta”.
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Elza Gomes da Conceição nasceu na favela carioca de Moça Bonita, em 23 de junho de 1930
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Aos 91 anos, no dia 20 de janeiro de 2022, Elza faleceu de causas naturais, em casa. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da cantora
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"A amada e eterna Elza descansou, mas estará para sempre na história da música e em nossos corações e dos milhares fãs por todo o mundo. Feita a vontade de Elza Soares, ela cantou até o fim"
Michael Melo/Metrópoles
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Ao todo, Elza teve sete filhos. Aos 21 anos, Elza já era viúva do primeiro marido e tinha perdido dois de seus filhos, que morreram de fome
Material cedido ao Metrópoles
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Mesmo com a dor, Elza presenteou o mundo com seu jeito único de cantar. Ela se tornou uma das maiores cantoras da história da música popular brasileira. Iniciou a trajetória nos concursos de rádio, no anos 1950. Nas décadas seguintes, construiu uma grande trajetória no samba
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Ao longo da brilhante carreira, Elza Soares lançou 34 discos e, nos anos mais recentes, aproximou-se de sons contemporâneos, como o hip-hop e a música eletrônica
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O disco A Mulher do Fim do Mundo foi eleito pelo jornal The New York Times como um dos 10 melhores do ano de 2016. O último álbum dela foi Planeta Fome, lançado em 2019
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A morte da cantora ocorre exatos 39 anos depois da morte de Garrincha, com quem ela foi casada
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Elza Soares e Garrincha, ídolo do Botafogo, viveram um romance cheio de altos e baixos de 1966 a 1982. O relacionamento entre eles começou escondido, pois Garrincha era casado na época e a cantora foi taxada de amante do jogador e responsável pelo fim do matrimônio anterior dele.
A paixão entre os dois durou 17 anos e eles tiveram um filho, Júnior, que morreu em 1986, em um acidente de carro
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Em 1963, ela gravou a canção Eu Sou A Outra, sobre o assunto, sacudindo a sociedade conservadora do Brasil
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Durante a ditadura, Elza e Garrincha precisaram se mudar para a Itália, depois que a casa onde moravam foi metralhada
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Lá eles ficaram amigos do casal Chico Buarque e Marieta Severo. De volta ao Brasil, a relação entre Elza e Garrincha foi marcada pelo alcoolismo do jogador e pela violência doméstica
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O casamento acabou após 16 anos, em 1982. O jogador morreu no ano seguinte, de cirrose
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Ao longo da vida, Elza também se tornou símbolo da resistência negra no Brasil e uma apoiadora da causa LGBTQ. No seu último aniversário, foi homenageada por Beyoncé
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“Nós não ficamos sem a Elza esse ano. Nós estivemos com ela o ano todo, o tempo inteiro. Ela fez um testamento bem antes de ir embora. Ela fez um testamento e nesse testamento me elegeu como o curador e gestor exclusivo de todo o legado, material e imaterial”, contou.
Para o empresário, Elza já vinha se preparando e, por isso, deixou tudo organizado antes de partir. “Ela deixou tudo muito preparado. Antes de ir embora, ela teve o direito de preparar a vida do jeito que ela quis. Ela foi numa data que eu sinto que ela escolheu.”