Críticos negam que boicote a Felipe Neto tenha motivação política
Críticos alegam que avalanche de críticas à associação da Lacta com o Felipe Neto não tem a ver com virada política do youtuber
atualizado
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O boicote de internautas a Felipe Neto e à Lacta segue repercutindo na web. Após o assunto ganhar as manchetes e se manter entre os mais comentados das redes sociais, críticos alegam que a avalanche de comentários negativos à associação da marca com o youtuber não tem motivação política.
“Absolutamente nada a ver com o “fique em casa” direto de um campinho de futebol, os cancelamentos promovidos por ele, a desfaçatez, a desconstrução oportunista, a arrogância, a soberba… Até fraudar no xadrez tem mais relevância do que o que está nas matéria”, criticou um internauta.
“O cara tá manipulando à esquerda fashionista para esconder o real motivo da sua decadência, foca na BLAZE”, comentou outro, referindo-se ao envolvimento de Felipe Neto com a Blaze, acusada de golpes e investigada na CPI de Pirâmides Financeiras.
Entenda
Um boicote à Lacta ficou nos assuntos mais comentados do X, antigo Twitter, após o youtuber Felipe Neto publicar uma foto com uma caixa de Bis, marca de chocolates da qual é parceiro. Internautas que não concordam com os posicionamentos políticos do influenciador reagiram, afirmando que não vão mais consumir os produtos da fabricante.
Vale lembrar que Felipe Neto já foi antipetista radical, mas mudou seu posicionamento ainda em 2018, durante a disputa de Fernando Haddad e Jair Bolsonaro, no segundo turno daquelas eleições presidenciais.
Em 2019, Felipe Neto comprou e distribuiu gratuitamente 14 mil livros com temática LGBT na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, ganhando pontos com o público progressista. Nos anos seguintes, se consolidou como uma das principais vozes contra Jair Bolsonaro e a favor do anticonservadorismo.
Disputa política
O histórico levou a parceria entre Felipe Neto e a famosa linha de chocolates a virar assunto político. Pesa sobre o youtuber, o fato de que ele mesmo já promoveu cancelamentos de empresas com esses fins. “As crianças até pediram uma caixinha de Bis cada, mas como eu vi que a Lacta está patrocinando aquele vagabundo, aquele lixo daquele Felipe Neto, falei que na minha casa não entra mais produto da Lacta, muito menos o Bis”, comentou um usuário do Twitter, chamando Felipe Neto de esquerdista.
Também teve gente que propôs a troca do Bis para o KitKat, sem se atentar ao fato de que a Nestlé se vende como uma marca progressista.
“Vamos deixar de comprar, Lacta não entra em minha casa mais. Felipe Neto, você é realmente é uma vergonha brasileira. Você mexeu com milhares de pessoas do bem, que lutam pelo país melhor. Nossa bandeira não tem a cor de sangue, nunca apoiaremos pessoas do seu nível espiritual. Boa sorte”, disse outro.
O “outro lado” também se manifestou, a favor de Felipe Neto. No sábado (14/10), líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), e o senador Humberto Costa (PT-PE) gravaram um vídeo comendo chocolates em apoio ao influenciador.
“Só uma dica, viu? Bis é bom. É gostoso para danar. Felipe, estamos com Bis”, afirmou Randolfe. Humberto ainda disse que “é perda de tempo os bolsominions quererem atacar Felipe Neto” por conta da campanha. “Vindo daqueles que consumiam cloroquina, o boicote a um chocolate tão gostoso é elogio!”, escreveu Randolfe.
Marca se manifestou
Após a repercussão, Felipe Neto pediu uma trégua aos haters. “Entendo todo o ódio que eu causei nas pessoas que defendem esse regime, mas que tal agora a gente tentar seguir com as nossas vidas, tentar diminuir essa intensidade de ódio. Eu nunca pedi a morte de ninguém, eu nunca pedi para ninguém ser executado, agredido. Eu agradeceria muito se a gente pudesse encontrar um equilíbrio. Eu não falo de política no meu canal de YouTube. Relaxa, relaxa”
A Mondelez Brasil, fabricante linha de chocolates, também se pronunciou. Segundo a marca, a contratação do influenciador “está relacionada unicamente a sua relevância no universo gamer e de entretenimento, sem qualquer vínculo ou apoio político de qualquer natureza”. “Como líder no mercado de snacks no Brasil e no mundo, a Mondelez reafirma seu absoluto respeito à diversidade de opiniões”, complementou a empresa.