Carlinhos Brown lamenta morte de Sergio Mendes: “Vai deixar saudade”
Sergio Mendes, o lendário pianista e um dos maiores nomes da bossa nova, morreu nesta sexta-feira (6/9) em Los Angeles
atualizado
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Sérgio Mendes, o lendário pianista e um dos maiores nomes da bossa nova, faleceu nesta sexta-feira (6/9). Entre os artistas profundamente marcados pela obra de Mendes, o baiano Carlinhos Brown se destaca. O cantor falou em um depoimento emocionado, enviado ao Metrópoles, sobre a influência do músico em sua carreira. “Ele vai deixar bastante saudade, mas deixa um legado brilhante”, afirma Brown.
“Minha curiosidade e busca em aprender com músicos de qualidade me levaram a conhecer Sérgio Mendes através de seus álbuns. Eu já o admirava muito, junto a outros ídolos dele que eram meus também, como Johnny Alf e outros tantos grandes nomes. Afinal, é o brasileiro que tocou com Frank Sinatra, que gravou com Sarah Vaughan, Stevie Wonder e que sempre teve um pensamento jovem sobre a música. Ele lidava com a música como um adolescente, sempre em busca de descobertas”, disse o músico baiano.
O encontro entre os dois artistas aconteceu de forma inesperada, mas marcou o início de uma colaboração histórica. Brown contou que foi Mendes quem tomou a iniciativa para conhecê-lo: “A vida me trouxe Sérgio. Sua chegada começou através de um telefonema. Ele pediu para Meia-Noite (amigo músico) nos apresentar, e quando liguei para ele, foi muito solícito. Eu cantei a música Magalenha e comentei sobre Mas que Nada, de Ben Jor, e em uma semana tive o prazer de conhecê-lo. Ele veio ao nosso bairro, o Candeal, em Salvador, Bahia, e nós gravamos o primeiro álbum, Brasileiro, que tem a canção ‘Magalenha’, que levou o Grammy de Música Brasileira, ao lado de Ivan Lins, Guinga e Hermeto.”
Com uma carreira repleta de momentos inesquecíveis ao lado do amigo e mentor, Brown destacou a jovialidade e a busca incessante de Mendes pelo novo. “Tenho lembranças de que, quando eu ia fazer as gravações, Sérgio estava sempre ouvindo rádio de música jovem. ‘O que eu já vivi é bom e eu guardo bastante, mas eu me interesso pelo que está sendo feito de novo, isso me alimenta e faz com que eu melhore tudo em mim’, dizia. Ele tinha essa alma boa”.
Em suas palavras de despedida, Brown exaltou a conexão espiritual de Mendes e a crença que o guiava. “Sua partida se dá em uma sexta-feira, dia de Oxalá, a quem sua crença se fortalecia. Que ele mesmo seja uma luz junto a Deus. Que todos os espíritos de luz conduzam esse homem tão especial, tão inspirado. Oxalá Beô, Sérgio Mendes, Emoriô, até um dia.”