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Calendário Pirelli quebra padrão e estrela mulheres reais em 2016

Fotógrafa Annie Leibovitz convidou 12 mulheres influentes de áreas como arte, política e cinema para posarem no lugar de modelos

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AmySchumer
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O ano de 2015 vai ser lembrado, entre outros fatos, pela força da voz feminina. Depois do desabafo de Patricia Arquette ao ganhar o Oscar de coadjuvante, pelo espaço reduzido reservado às mulheres no cinema, passando por Viola Davis, vencedora do Emmy de atriz de séries, que reclamou por mais espaço para as atrizes negras, chegou a vez da premiada fotógrafa Annie Leibovitz defender a causa por meio da arte. “Quis retratar as mulheres exatamente da forma que elas são. Com isso, pretendi ressaltar as qualidades de cada uma”, disse ela, no início da tarde desta segunda-feira, 30, em Londres, durante a coletiva de imprensa de apresentação do Calendário Pirelli de 2016.

Tradicional peça publicitária, o calendário tornou-se, com os anos, um artigo icônico, de colecionador. Publicado desde 1964, ainda que não continuamente, ele já reproduziu imagens de profissionais renomados como Richard Avedon, Bruce Weber, Mario Testino, Mario Sorrentino e Steve McCurry. Annie Leibovitz fotografou bailarinas para a edição do ano 2000 e foi a primeira vez em que ela clicou nus.

“Quando pensamos em convidar Annie novamente, pedimos para que ela fizesse algo completamente diferente e que voltasse ao passado”, disse o vice-presidente e CEO mundial da Pirelli, Marco Tronchetti Provera. Foi a chave para a fotógrafa inovar e não escolher modelos tradicionais. Também abriria mão da nudez, mesmo a parcial. E, finalmente, as fotos seriam realizadas em estúdio, sem grande produção.”Resultou em um conjunto clássico de retratos em preto-e-branco.”

Como modelos, Annie elegeu mulheres que se destacam mundialmente em diversos ramos de atividade. A lista, então, foi formada pela atriz Yao Chen, primeira chinesa Embaixadora da Boa Vontade do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, a top model russa Natalia Vodianova, fundadora da instituição de caridade Naked Heart Russia; a produtora Kathleen Kennedy, presidente da Lucasfilm e uma das figuras mais influentes de Hollywood; a colecionadora e compradora de arte Agnes Gund (com a neta Sadie Rain Hope-Gund), Presidente Emérita do Museu de Arte Moderna em Nova York; a tenista Serena Williams, número um do mundo; a formadora de opinião, crítica e escritora Fran Lebowitz; a presidente da Ariel Investments, Mellody Hobson, que apoia projetos de caridade em Chicago; a diretora de cinema Ava DuVernay, que fez, dentre outros, Selma, indicado para o Oscar de Melhor Filme em 2015; a blogueira Tavi Gevinson, fundadora da Style Rookie e da revista online Rookie; a artista visual iraniana Shirin Neshat; a artista, música e performer Yoko Ono; a cantora Patti Smith, uma das maiores estrelas do rock de todos os tempos; e a atriz e comediante stand up Amy Schumer.

“Eu precisaria de um calendário com mais de 12 meses para retratar mais mulheres importantes”

Annie Lebowitz
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As fotos foram feitas em Nova York, em maio passado. “Ao ser convidada por Annie, percebi que meu trabalho realmente importa”, comentou a blogueira Tavi Gevinson, que, aos 19 anos, já acumula milhares de admiradores na internet. “Fiz isso porque acho importante ser levada a sério mesmo quando se tem pouca idade. Falo por experiência própria, pois, quando comecei na revista Rolling Stone, eu tinha pouco mais que 18 anos”, disse a fotógrafa.

Annie Leibovitz também privilegiou as mais experientes, ao convidar Agnes Gund, de 77 anos, e Yoko Ono, de 82. “Ela me fez pensar na minha beleza, mesmo na minha idade”, brincou Gund, uma das principais provedoras de museus dos EUA. “E ela nos propôs algo diferente”, contou Yoko, em entrevista ao vídeo promocional – ela não estava em Londres. “Se não fosse assim, eu não aceitaria.”

A experiência também se abriu para nomes pouco conhecidos no Ocidente, como a da atriz chinesa Yao Chen. Quando foi convidada, ela foi convencida pelo marido para aceitar. “Ele sabia da importância do trabalho da Annie e me disse: ‘Vá, mesmo que seja para tirar fotos nua, eu não me importo'”, divertiu-se

O Calendário Pirelli tem uma tiragem de 12 mil exemplares e não é vendido, mas distribuído a clientes e formadores de opinião de todo o mundo.

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