Atriz diz que produtores encobriam abusos de Gérard Depardieu
O ator Gérard Depardieu recentemente foi acusado de agressão sexual por duas mulheres que trabalharam com ele em 2022
atualizado
Compartilhar notícia
A atriz Anouk Grinberg afirmou que produtores que trabalharam com Gérard Depardieu esconderam os abusos dele. “Quando produtores de cinema contratam Depardieu para um filme, sabem que estão contratando um agressor. Não um possível agressor: um agressor”, afirmou à Agência France-Presse.
Ela contracenou com o ator no filme As Persianas Verdes, de 2022, e contou que todos passaram por situações de importunação no set de filmagens. Duas pessoas da equipe, inclusive, denunciaram o ator por agressão sexual.
“Todos vimos. Todos ouvimos… Fomos tratadas com suas tolices lascivas de manhã à noite”, garantiu.
Anouk contou ainda que os produtores do filme teriam contratado uma pessoa para trabalhar possíveis questões de assédio dentro do set. No entanto, garantiu que nunca conheceu a pessoa.
“Ela não deu apoio às mulheres que foram atacadas. Nunca interveio quando tínhamos que ouvir ‘buceta, buceta, pau, sendo chupada'”, contou, citando termos usados por Gérard Depardieu com as colegas.
As acusações foram negadas pelo diretor do filme, Jean Becker. Ele garantiu que o ator teria sido confrontado caso a equipe tivesse recebido alguma queixa, mas a atriz rebateu. “Foi para encobrir sua covardia, sua incapacidade de proteger as mulheres, que me acusaram (de mentir)”, disse Anouk Grinberg.
Gérard Depardieu é novamente acusado de agressão sexual
O ator Gérard Depardieu, de 75 anos, voltou a ser acusado de agressão sexual. Ele é investigado pelos crimes de agressão sexual e estupro desde 2022 e agora é protagonista da denúncia de uma cenógrafa.
A profissional foi identificada pelo The Guardian como Amélie e tem 53 anos. Ela registrou uma queixa no Ministério Público francês na qual alega que o ator, com quem trabalhou em As Persianas Verdes, fez comentários ofensivos a ela em setembro de 2021, quando filmavam o longa.
De acordo com o relato, o ator “a agarrou brutalmente” enquanto estava sentado em um corredor. Ele teria prendido a mulher entre as coxas dele com “força fenomenal” e amassado “a cintura e a barriga, e até os seios” dela. Quem pôs fim à situação foi o guarda-costas de Depardieu.
“Na época, ela (Amélie) não prestou queixa porque não queria prejudicar o trabalho de seus colegas e o lançamento do filme, e a gentileza da equipe de filmagem permitiu que ela pensasse que ia ficar bem”, disse a advogada de Amélia, Carine Durrieu Diebolt, à BFM TV.
No entanto, ela teve outro gatilho quando o ator publicou uma carta aberta sobre acusações de agressão sexual anteriores. Após a divulgação, Amélie começou a sofrer com estresse pós-traumático e crises de ansiedade.
Além dela, outra mulher também apresentou uma nova acusação contra o ator. Identificada como Sarah, ela tem 33 anos e foi assistente de direção no mesmo filme. Ela o acusa de ter tocado seus “seios e nádegas”.
Justiça francesa confirma acusação de Gérard Depardieu por estupro
Gérard Depardieu teve as acusações de estupro e agressão sexual confirmadas pela Justiça francesa. Charlotte Arnould apontou os crimes em agosto de 2018. Segundo a Procuradoria daquele país, o ator nega e se diz inocente das denúncias.
A decisão do Ministério Público da França emitiu um comunicado para anunciar sua decisão. “A câmara de inquérito [do tribunal de recurso] considera que existem, nesta fase, indícios graves ou concordantes que justifiquem que Gérard Depardieu continue sendo investigado”, diz o documento.
Nascida em 1995, Charlotte Arnould acusa Depardieu de vários estupros e agressões sexuais, que teriam ocorridos entre os dias 7 e 13 de agosto de 2018 na casa do intérprete, que é amigo de sua família.
A Procuradoria arquivou a investigação um ano mais tarde, mas a atriz conseguiu, em agosto de 2020, a reabertura do caso. Poucos meses depois, em dezembro, Charlotte o acusou de estupro e agressão sexual.
Gérard Depardieu se manifestou no final de fevereiro de 2021, ao La Repubblica, jornal italiano. “Sou inocente e não temo nada”, explicitou ele. Chalotte Arnould só revelou sua identidade em dezembro do ano passado, quando utilizou o seu Twitter para comentar a ação.
“Ele trabalha enquanto eu me dedico a sobreviver (…) Esta vida me iludiu por três anos e quero viver sem me negar”, escreveu ela em sua rede social.