Anitta pode conquistar o mundo em menos tempo que você imagina
O Metrópoles entrevistou a diva do pop nacional que tem tino para os negócios, talento para o palco, mas não esconde seu lado “estrela”
atualizado
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Você pode não gostar dela, achar que seu timbre vocal não é impressionante e até usar qualquer oportunidade para criticá-la. No entanto, não há como negar que Anitta preenche uma lacuna do pop brasileiro como nenhuma outra cantora conseguiu fazer.
Após décadas tendo filhas de sertanejos, cantoras de axé e apresentadoras infantis como protagonistas desse cenário no Brasil, Anitta surge com um novo perfil. Não se limita a um gênero musical, compreende as exigências da indústria e personifica o ideal de artista e mulher de negócios.
Além de seu último clipe “Paradinha” já ter sido visualizado mais de 40 milhões de vezes no YouTube, nos últimos dois anos anos ela realizou parcerias que só aumentaram sua fama. Antes da colaboração com a rapper Iggy Azealia, ela investiu no ritmo do reggaetton dos colombianos Maluma e J. Balvin, se aventurou no sertanejo com Simone e Simaria e apostou em uma faixa com Wesley Safadão e Nego do Borel.
Recentemente, ela se uniu à drag Pablo Vittar para produzir um single com a benção do hitmaker Diplo e aos poucos vem alcançando status de estrela internacional ao aparecer na imprensa gringa.
O toque de midas nos negócios tem seu preço. Para gerir o próprio sucesso, Anitta quebrou um contrato com a K2L Empreendimentos Artísticos e, desde 2014, trava uma batalha judicial com a ex-empresária, Kamilla Fialho. Em uma entrevista para Fernanda Souza, a cantora justificou sua atitude ao dizer que, sendo sua própria empresária, ela teria mais controle.
“Quando você tem uma pessoa cuidando da sua agenda e da sua vida, essa pessoa não está indo para estrada, fazer show no palco, com gente te cobrando magreza, beleza e simpatia. Agora eu trabalho o tanto quanto eu sei o que eu vou aguentar”, comentou a artista.
Se o impasse na justiça é um problema, ela parece não se preocupar. A atitude é a mesma quando o assunto é sua metamorfose estética: bem diferente de sua versão em 2009 quando tinha 16 anos e postava vídeos fazendo covers de músicas no YouTube. Longe de querer esconder seu passado, Anitta o abraça. Faz piadas sobre o número de plásticas que já realizou, brinca com o fato de não ter namorado, aparenta ser sossegada com as críticas, mas sabe, sobretudo, que é uma estrela.
Tal condição é parte inerente de sua postura. Nos palcos, ela é performática como uma Beyoncé, mas, como dispensa perfeccionismos segue uma linha descontraída como a de Rihanna. Fora deles, ela sabe qual ângulo fica melhor para uma foto, assim como Jennifer Lopez, mas é no tete à tete que ela demonstra uma natureza assertiva e criteriosa como a de Madonna — falando apenas — ou até menos que — o necessário.
Em rápida passagem por Brasília, a artista novamente seguiu o protocolo delimitativo para a imprensa de apenas três minutos de entrevista. O tempo de espera segue uma proporção desmedida: para cada minuto de conversa, a artista te faz esperar 1 hora. Portanto, o conjugado de perguntas que você verá abaixo fazem parte de dois encontros distintos. O primeiro feito em dezembro de 2016, quando ela apresentou o Show das Poderosinhas (atração voltada para crianças) e a segunda no recente “Baile da Favorita”.
O sucesso sempre vem acompanhado de muitas críticas. Como você faz para lidar com os haters?
Olha, não dou muita atenção a isso. Eu sempre tento concentrar toda a minha energia no meu trabalho e em como ele vai ser recebido pelos meus fãs. As pessoas que tendem a ser maliciosas vão criticar de qualquer jeito, então, o melhor que posso fazer é continuar sendo eu mesma.
Você demonstra estar em controle da sua própria carreira e já deu declarações que podem ser interpretadas como empoderadoras. Você se considera feminista?
Eu acredito na igualdade e no respeito de todos os seres humanos. Para mim, mulheres devem ter os mesmos direitos que os homens e serem valorizadas. Mas também tenho a mesma opinião sobre gays, negros, enfim… Toda e qualquer pessoa merece ser tratada com dignidade.
Como é fazer um show para crianças?
A melhor coisa do mundo. Criança tem uma pureza no olhar, no sorriso. Eu gosto desse contato e toda vez que faço o “Poderosinhas” agradeço aos pais por trazê-las para se divertir.
Você já tinha alcançado uma marca impressionante com as parcerias que realizou. Esperava toda essa repercussão com o lançamento de “Paradinha”?
A gente se planeja sempre para dar o melhor, mas o resultado acabou sendo uma surpresa. Estou muito feliz.
Qual é o maior equívoco que as pessoas têm ao seu respeito?
Nossa! Não sei como poderia responder essa pergunta (risos).
Você agora não só faz o show como é a gestora da sua carreira. Como é realizar esse processo?
Eu preciso saber administrar meu tempo porque são muitas coisas acontecendo a todo momento. Então o que eu faço principalmente é me planejar para conseguir organizar e cumprir tudo.
Como foi fazer uma performance com Iggy Azealia no The Tonight Show? Acha que tem uma diferença da produção de lá para o que acontece aqui no Brasil?
Foi incrível poder estar lá. Acho que existe uma diferença. Algumas coisas são mais avançadas, mas nada que o Brasil não possa chegar e fazer igual. Foi uma experiência de amadurecimento para mim.
Qual o último livro que você leu e o que você tem ouvido de música atualmente?
O último livro que eu li foi “Ego Is The Enemy” (best-seller americano do autor Ryan Holiday sem publicação no Brasil). Agora música, para te dizer a verdade eu só tenho ouvido as minhas porque como estou trabalhando com elas são as únicas que eu escuto o tempo inteiro (risos).