Quando o assunto é decoração, somos todos cafonas?
O que é ideal para um, é cafona para o outro. Sempre vai ter alguém que não concorda com nossas escolhas
atualizado
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Anos conhecendo pessoas de todas as sortes e com as mais diferentes predileções decorativas e cheguei a uma conclusão: todo mundo é cafona. Não é um julgamento meu. Mas é o julgamento de alguém. Entender isso é um grande passo para ter uma casa de verdade. Ou melhor, uma casa com a sua verdade.
Tem pessoas que me chamam para um projeto e querem uma luminária de latão, pegada industrial, com pintura descascando e com lâmpadas de filamento. Com cara de velhas. No outro extremo, aparece o cliente que quer uma luminária com centenas de contas de cristais em forma de gotas, parecendo um lustre que saiu do Palácio de Versailles.
Sempre vai ter alguém que não concorda com nossas escolhas
Muitas vezes, ambas as luminárias terão o mesmo valor de mercado, mas diferentes valores estéticos.
O camarada que escolheu a de pegada industrial, ri e faz chacota quando vê na loja a luminária de cristal. Já o cliente do segundo exemplo não vê o sentido de comprar um pendente com cara de velho e usado.
O que é ideal para um, é cafona para o outro. Sempre vai ter alguém que não concorda com nossas escolhas. Em algum lugar do mundo, alguém acha as coisas que você considera lindas, como extremamente cafonas.
O conceito de beleza pode seguir padrões, mas é uma construção muito pessoal. E isso já é suficiente para desconstruir a ideia de que algo é cafona e ponto final. Não existe verdades, ou melhor, não existem cafonices absolutas.
Então, interiorize isso e pare de ver tanta revista, pare de entrar tanto no Pinterest, pare de dar o Google nas tendências do ano e vá sentir com liberdade quais as escolhas que você quer pra sua casa.
Deixa a ideia de impressionar os amigos e abrace a ideia de se impressionar toda vez que você entrar em casa, com o quanto aquele espaço traduz sua identidade. Opte pela cadeira da vovó, mesa de espelho, tapete felpudo ou tapete de palha. Sofá pé palito ou aqueles bonachões extensíveos. Danem-se as regras. Se te faz bem, faz sentido. Só tem que ser bonito para gente!