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Quando a decoração das nossas casas será considerada ultrapassada?

Depois de gongarmos os anos 1990 é a vez de imaginarmos como nossas atuais e queridinhas tendências de decoração serão zoadas no futuro. Pallet, concreto aparente, padrões geométricos, quadros com frases… todos na berlinda!

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1 de 1 - Foto: globomidia/reprodução

Na penúltima coluna postada aqui gongamos os anos 1990 e suas idiossincrasias decorativas. E, como de costume, na mesma proporção que um monte de gente riu da piada, muitos levaram para o pessoal. Então fiquei tentando usar minha capacidade de empatia para entender a perspectiva de quem não entrou na brincadeira.

Imaginei as tendências de hoje, que uso tanto em meus projetos, sendo analisadas pelos futuros jovens moderninhos de 2040. O que eles diriam sobre a decoração de 2016????

Por maior que seja o esforço para montar um ambiente atemporal, cada década tem peculiaridades, mesmo que sutis, que são evidentes para um profissional, ou alguém com bom conhecimento de design. E como todo movimento baseado na criatividade (artes plásticas, música, design de produto), os ciclos de tendências sempre são substituídos por novos ciclos, em geral, com ideias opostas.

Foi assim quando o art déco e suas estilizadas linhas retas vieram destronar o art nouveau e sua sinuosa e orgânica identidade. Depois veio o modernismo limpo e simples. No fim das contas, todos acabam reaparecendo com novas leituras.

Então assuma sem medos os contornos da década contemporânea, abrace o que te agrada sendo ou não moda e saiba que em matéria de decoração tudo, um dia, vai parecer ultrapassado.

1. Concreto aparente

Esse acabamento é lindo, sofisticado e utilizado por tudo quanto é profissional contemporâneo. Mas assim como ele é moda hoje, um dia o grafiatto (parede com texturas) também foi. Não tem para onde fugir. Ele é lindo, versátil, mas um dia vai cansar. Os moderninhos do futuro talvez olharão para essas fotos e pensarão algo como: “Porque eles deixavam a parede só no reboco? Gente doida”

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2. Pallets e caixas de feira

Opção boa e barata para quem monta uma casa com orçamento enxuto, os dois objetos caíram no gosto de quem quer economizar ou botar a mão na massa e criar seu próprio móvel. Ficam lindos quando usados com moderação, como na foto abaixo. Como seu uso foi intenso nos últimos cinco anos, mesmo que devagarinho, ele já vai deixando de ser queridinho para se tornar batido. O mundo da arte e do design é assim… cruel com quem fica demais sob o holofote. No futuro as más línguas provavelmente dirão: “Se as caixas de feira eram reaproveitadas para móveis, a crise devia estar feia mesmo nas primeiras décadas do milênio…”

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3. Padrões geométricos

Sou suspeita para inventar o que falarão dessa moda, porque sou apaixonada por esses padrões. Eles eram o máximo nas décadas de 1960/1970, sumiram do mercado e voltaram com tudo nos últimos seis anos. É dessas modas que eu torço que durem para sempre mas que, assim como tudo, deve ser usada com moderação. Que seja eterno, então, enquanto dure, porque certamente no futuro alguém vai esbravejar: “Esses padrões cansam… é muita informação, muito anos 1970 revisitados….”

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4. Quadros esquematizados

Quadros de todas as sortes, formas e tamanhos organizados perfeitamente dentro de um quadrado ou retângulo imaginário. Essa forma linda de organizar os quadros na parede é tendência atual e uma ideia prática para quem tem dificuldade nesse departamento. Não vai demorar muito para outra tendência tomar o lugar dos quadros encaixadinhos, que serão vistos como ” uma ideia careta”.

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5. Frase fofa na parede

A moda de enquadrar frases que têm um significado especial para gente é dessas que merecem ficar. Podem até ter um apelo estético demasiadamente jovem, mas se elas trazem um sentimento bom para quem mora na casa, elas são mais que bem-vindas. Mas os moderninhos, daqui a 20 anos, gongarão: “Como essa geração era carente…”

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6. Estilo industrial

Essa escola segue como uma forte tendência mundial no design de interiores. Tem uma sofisticação despretensiosa e masculina e se estabeleceu nessa década. Promete vingar por muitos anos. Mas se como todas as tendências o industrial também cansar, aposto que as críticas serão mais ou menos assim: “como alguém achou legal uma casa ter cara de fábrica? Zero aconchego!”. Será?

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7. Tinta lousa

A primeira vez que vi um projeto com uma parede pintada de tinta lousa, lindamente desenhada com giz, eu achei aquilo ali genial. Eu e o mundo todo. A brincadeira virou febre e, para quem está à frente das tendências, tal febre ficou para trás. Ela é uma bela opção para quartos infantis e brinquedotecas, bares, áreas gourmet e até cozinhas. Mas o principal dessa ideia é ter nessa parede algo muito legal desenhado ou escrito. Senão acaba virando uma paredão preto todo manchado com desenhos feios. Acho que é por aí que as futuras críticas se pautarão: “quem quer em casa uma parede toda mal apagada que distribui pó de giz pela casa? Naquela época não existia alergia?”

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